17/08/2007

papagaio loro

No carro pela manhã ouvi minha Marisa cantando ...ele tá de olho na boutique dela... uma música que era cantanda pelo Genival Lacerda quando eu tinha uns 7 ou 8 anos, sei lá. Era o Genival e o Loro que cantavam essa música na época. E o Loro era o papagaio da minha madrinha.

Marisa canta já faz tempo, mas hoje ouvi com ouvidos de infância. Me vi pequenininha olhando pra gaiola que ficava em cima da máquina de lavar roupas. E ele lá.

Papagaio é um bicho engraçado a começar porque é verde, depois tem dois olhos do lado da cabeça não na frente como os da gente, e acho que por causa disso não pára no puleiro, fica mexendo pra lá e pra cá, buscando enxergar tudo.

O Loro cantava essa música inteirinha e quando acabava pedia pra gente cantar e aí dançava. Chamava o Popi, um pequinês que se achava esperto, o dia inteiro. E o dia inteiro o melhor amigo do homem procurava por alguém que era o Loro. Que ótimo.
Às 6 da matina o Loro chamava a Rosa, a madrinha, que tinha que levantar pra dar café pra ele senão nem ela nem os vizinhos mais dormiam. Repetia-se tal gritaria à tarde, 5 como o chá da rainha, porque o Loro queria que cubrisse a gaiola pra ele dormir.

Ir na casa dela era ficar horas olhando aquela gaiola. Junto com um monte de vasos de plantas ficava o Loro, elas e eu. E o Loro era meu filho, o Popi era visita, e os vasos todos os lugares da minha imaginação.

Um dia minha madrinha mudou. A vida foi dura pra ela e teve que ir pra um quarto e cozinha com quintal junto com outras famílias. O Loro falava muito, fazia barulho, os cachorros latiam e a história mudou junto. A Rosa, com os olhos inchados de lágrimas, teve que dar o Loro. Deu pra um vizinho lá da casa de antes, que tinha um sitio e prometeu cuidar dele. Foram anos, muitos mesmo, de conversa com aquele papagaio. Dela, minha, dos meus irmãos. Uma perda que deixou uma parte feliz da minha vida de criança meio que sem resposta. Não entendia bem porque ele foi.

Hoje, lá com a Marisa, entendi tudo. Ele veio pra eu lembrar nesse dia de como minha infância foi genial, e ele foi pra que a gente entendesse que a vida passa mas as lembranças enchem nosso coração pra sempre.

Suspiro pela Rosa e pelo Loro. Agradeço pelo Genival e pela Marisa.

Um comentário:

Luciana disse...

Essas histótias são as mais doces! A história do meu loro foi assim: Na casa da minha mãe tinha um mini galinheiro. Um dia ela comprou uma galinha d'angola! No vizinho, geminado, um loro. Eu o chamava de pacagaio.
Eu acordava todas as manhãs com o "tô fraco", "tô fraco" da d'angola! Um dia estranhei: a galinha mudou de voz, adoeceu? Abri a janela: O "tô fraco" "tô fraco" era do pacagaio. A galinha, coitada, emudeceu.


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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.