28/12/2012

que assim seja

2012 está no final. Um ano de tantas memórias. Daqui até dia 30 são apenas 2 dias pra lembrar o nascimento do papai, que era quase juntinho do nascimento de novas esperanças, desejos, sonhos. Porque no dia 31 a gente renova tudo e com algum cuidado, pode mesmo inovar. Eu venho muito feliz, particularmente agradecida nessa reta final a fim de uma nova partida. Mantive a fé, mantive a saudade, reclamei menos, rezei mais e termino como nem sei se mereço. Sem dívidas espirituais (lê-se, melhorando os pecados mas ainda tendo muito pela frente) e, por isso, nem materiais. Ao lado dos meus amigos, grudada na minha família. Minha amada mãe e companheira, meu marido que foi provedor e vencedor, todo meu orgulho e gratidão, e meus maiores amores pelos olhos dos meus filhos, toda razão do meu viver. Vou empenhada em fazer de 2013 ainda melhor, com pensamentos e palavras que se acertem entre si, convivam e construam com retidão a atitude para o melhor de um dia depois do outro. Só assim. Um dia depois do outro. Feliz tudo pra gente. Que assim seja!

08/12/2012

Resta um

Um desejo é apenas o que basta para conseguir a realidade. Um dia só, prepara o nascer da noite. Uma piscada é a única coisa que se espera para aceitar o beijo. Uma pequena virada de cabeça permite  enxergar o que nunca se viu. Um sorriso, termina com a tristeza. Uma palavra gentil desarma qualquer desconfiança. Uma vida gera tantas outras. Um último segundo, abre a contagem da nova hora. Um final é responsável por um novo começo. Uma crença quebra qualquer dúvida. Basta ter fé para todas as dores e amores. Um sopro de esperança é suficiente para mudar tudo.  Um ano é novo quando novo também é o nosso decidir.

03/12/2012

inseticida (ou poderia ser apocalipse mesmo) now!

Queria descobrir um componente químico que acabasse com a peste da covardia. Ando lamentando tanto a falta de comprometimento das pessoas que ora se dá pelo despreparo, mas sobretudo intensifica-se por causa da tal covardia. Covardia de caráter, de alma sem reza, de gente imposta às regras que alguém ditou, mesmo sem saber o quanto elas são úteis. Bostas n'água. Essa febre de gente que se deixa levar pela correnteza de rios imundos, descem numa cascata de inutilidade maquiada de importância e desgastam a redondeza. São como motosserras da bem aventurança, porque isolam as boas energias, iludem o poder do tempo - e ele não perdoa, mesmo sem saber o verdadeiro culpado. Não mexa com o tempo, prepare-se para ele, essa é a única regra. Porque é bonito saber se está pronto, se pode assumir, ou não, certos riscos, honrar o limite, amadurecer e ser coerente, honesto acima de tudo. A covardia cria mentirosos, falsos, canalhas e torpes, porque tudo está embasbacado dentro do labirinto do covarde. Eu ando farta, cansada mesmo de me deparar com esses seres empobrecidos de coragem, de atitude. Eu não sou um must, longe disso, mas não deixo ninguém na berlinda por minha causa, nunca deixei. Isso é fruto do medo que vira mau caratismo. O medo das palavras ditas, do chefe, do compromisso. O medo de enfrentar a sua própia opinião, de responder a um recado, de organizar o que é preciso, de respeitar o próximo. Medo de respeitar o próximo... Tá aí, besta eu querendo inventar o que já está pronto há tanto tempo. O maior inseticida é: "Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo". Vou andar com um milheiro de oração no bolso pra sair distribuindo por aí, porque uma coisa é certa, esse ciclo de que isso até que não faz mal, não percebo as consequências num curto prazo, deixa dessa forma mesmo, olha não tem jeito porque todo mundo é assim... precisa ter um fim, precisa tornar-se virtuoso. Nós estamos nos afastando muito da dignidade humana. Inseticida now!

04/11/2012

Tchibumba

Lá na van, na hora que o trilho da porta correu e ela fechou, que deixamos pra trás dias tão bons, tão felizes, feitos de sol, de cumplicidade, de vontade conspirada por todos para que fossem perfeitos, que falamos até breve para a família - que por conta do destino às vezes se separa mesmo sabendo que tudo ficará bem, que entregamos, generosamente, para os próximos, que nem conhecemos, um mar de um verde cristalino e uma quentura de aconchego e pessoas trabalhando em paz, é que o choro me ensinou mais um pouco sobre felicidade. Olhei ao redor e não era só eu que havia aprendido o quanto é simples entender que nós, realmente, decidimos ser ou não felizes. No silêncio ou na voz que dizia: eu choro porque estou feliz tanto, tanto. Porque a felicidade é muito simples de se ter. Está na conquista, no merecimento de usufruir sem culpa, sem receio. Tá e muito, nas mãos dadas de primos que se amam e brincam todo o tempo (e também às vezes brigam) por isso. Que feliz também é caminhar em dupla por uma ponte vendo a lua tão vaidosa, bem redonda, bem branquinha dizendo pras estrelas, hoje só eu vou brilhar aqui nesse mar, viu? e as estrelas não ficarem tristes com ela esperando a sua vez, porque sabem que sua hora virá no outro dia. Que estar feliz faz a gente ser feliz. Por causa de um assunto em dia, de uma saudade que diminuiu, de um respeito entre pessoas de costumes diferentes, um em prol do outro. De um ou vários brindes de champagne ou água de coco desejosos de saúde. Que se é feliz quando vivenciamos a gentileza de um amigo em te querer bem, em te receber mesmo que por alguns minutos com sorriso verdadeiro. Que fazemos a felicidade quando nos planejamos e procuramos por ela, e na procura vamos vivendo as alegrias da espera na ansiedade antecipada de que tudo será bom. O choro me disse ainda, que um calango é feliz quando pousa bem metidinho pra tantos admiradores e ainda come a flor mais vermelha do jardim pra mostrar que a natureza é simples assim. E como é feliz a música que toca, os artistas que se apresentam. Mais feliz ainda é ver que os mergulhos dos filhos vão ficando mais corajosos, que a confiança aparece, que ouvimos mais o som da natureza bem de noite, sem receio se o barulho é de chuva ou das ondas, porque amanhã estará sol. A felicidade é fazer dar tudo certo. É ter família e saber viver com ela. É comemorar 70 anos com bolo de chocolate e um cafezinho pra tirar 10. É acreditar na eternidade e no que fica eterno em nossas vidas. Os momentos. Então hoje eu sou plenamente feliz. Como nunca, nunquinha tinha sido antes. Feliz é terminar esses dias dizendo obrigada meu Deus.
Tchibumba!

21/10/2012

poema da menina viajante

De véspera fico animada,
capricho de saia rodada,
ando toda emprumada,
com cara de embasbacada.

Viajar é mesmo tão bom,
flutuo por todo esse chão.
Não nego dentro do peito
o tum tum do meu coração.

Dou volta no quarteirão,
seguro no corrimão,
e como todo o feijão.

Pra disfarçar um pouquinho,
ando de frente e de ré,
coço o dedão do pé,
esmago o meu chiclé
e até limpo a chaminé.

Com cara de felicidade
sonho com a outra cidade.
Com o que vou ver e ouvir,
passar e poder sentir.

São as coisas boas da vida,
deixar de olhar pra barriga.
Sair, passear, viajar.
Fazer novas amigas.

Bem lá longe
o mar espera espumante.
Danando esse viajante,
nem precisa de avião,
anda por todo o lado,
por todo esse mundão.

Bonito que só ele é,
e eu com cara de ué,
queria saber como faz
pra sair sem os seus pais.

E o mar sabido me diz,
que o mais bacana e feliz,
é viver assim de alegrias,
com caras, bocas e rimas,
cercado de nossas famílias.

Olhos de curiosidade,
seja qual for a idade,
seja quem for, ele gosta.
Vai em todas as apostas.

Então eu entendo a verdade
de viver com liberdade,
e me preparo lindona,
eu, quem me queira e sonha.

Com dias de sol e de vento,
pro meu melhor passatempo.

13/10/2012

Educandário Espírito Santo, e um Panoca no meio

Eu lembro da minha escola, tenho tudo na minha mente. Chamava-se Educandário Espírito Santo. Era um colégio de freiras. Lindo. Limpo. Muito limpo. Não! limpíssimo. Lembro do piso vermelho da escada principal, que servia de referência para as filas que eram montadas quando tocava o sino. O sino tocava pelas mãos da irmã Claudete, uma bondade, que ia andando pelos páteos - eram três, mais a gruta (que a gente só ia em dias especiais) mais o jardim ilha, batizado por mim, que ficava no meio do páteo de dentro, todo cercadinho, e onde eu adorava tomar lanche. Mas voltando às escadas (tinham mais parques e quadras para ser justa) elas eram vermelhas e muito bem enceiradas, como a escola todinha. Os pisos para a classe eram de cerâmica antiga e originais tipo de um casarão da idade média, delicados e desenhados. Os bebedouros de um branco que você tinha gosto de beber água. Tanto o branco dos bebedouros, como o vermelho vivo das escadas, eram de responsabilidade da Dona Luzia, uma fofa, de cabelinhos encaracolados que carregava uma disposição só, no seu uniforme vinho, um mar de cores a Dona Luzia... No topo da escada vermelha eu regi o hino nacional muitas vezes, já que toda segunda-feira a gente tinha que cantá-lo. Foi assim que aprendi que a bandeira nacional precisa subir enquanto o hino toca e chegar lá em cima, junto com o final da música - coisa difícil para os brasileiros, porque nosso hino é tão comprido e as cordas da bandeira nas escolas, tão curtas. Eu adorava reger o hino, porque além de me sentir praticamente membro da aeronáutica, eu  tinha uma visão geral e ampla de todo mundo, das classes, das turmas mais velhas, das mais novas e desse jeito, eu ficava mais importante que ambas. A irmã Heloína era a diretora, rígida e bem freira... sabe, com aquela cara de freira... uma cara amoada, disfarçada no pó de arroz, com os cabelos crespos penteadinhos pra trás, mas disciplinada e competente. Se eu tivesse uma empresa de comércio exterior colocava a irmã Heloína na presidência. Ela sabia os nomes e os sobrenomes da gente, dos nossos pais, primos, bisavós, tataravós, e isso era verdade pra todos que frequentassem aquela escola. Ela mandava em tudo, sabia de tudo, colocava os professores no pau de arara. Era uma espécie de Ricardo Teixeira do Espírito Santo, ninguém derrubava. Mas inegavelmente o colégio era tão bom. Um relógio. Eu gostava da biblioteca e da Dona Deise que tinha os dentes como o do Ronaldo fenômeno, e ele sequer exisita naquele tempo. Eu amava os jogos de caracol e a amarelinha  pintados no páteo. Jogava depois do lanche. Comecei minha vida escolar lá, no método Montessori, no pré, com 5 anos. Jardineira cor-de-rosa com meias brancas e blusa branca. Lembro da tia Maraci, minha primeira professora, ela arregalava os olhos pra falar com a gente e eu nunca tive medo disso. Sempre fui um tico, pequena de mais da conta, a menor da classe, ever. O pré era um mundo mágico lá no Espírito Santo, as classes cheias de material, com um círculo no meio do chão, eram acolhedoras e organizadas. Os parques tinham casinha e balanço. Eu levava maçã de lanche e achava tudo muito bom. Na primeira série, papai se enroscou no trabalho e conseguiu que, ao menos, eu terminasse o ano por lá, mas aí eu saí. Fui parar no oposto, uma escola meio pau, perto de casa e de graça. Fui feliz lá também, mas era diferente. Não tinha escada enceirada de jeito nenhum, enceirada, talvez, só a cara de pau dos diretores que encostavam, e muito, o corpo naquela escola. Uma encrenca, carteiras em dupla, muitas quebradas e algumas balançavam bambas pelas suas idades. Mas tinha hino nacional e advinha, eu regi por lá também. Na quinta série as coisas voltaram aos eixos e eu voltei pro Espírito Santo. Voltei para os mesmos colegas, para os caracóis, e fui feliz até a oitava série, que era o último ano que a irmã Heloína permitia na escola. Mamãe acha até hoje, que por conta da minha excursão de 3 anos pelas feiras livres* enquanto estive no Panoca - Paulo Novaes de Carvalho, a escola não enceirada, quando voltei para a mão das freiras, só o terço poderia me ajudar. Passava sempre no fio da recuperação (até repetir a oitava série), por vezes até por ser popular e participar de tudo que a escola promovia. Eu amava o teatro, tinha acústica, bons lugares, camarim e muita seriedade - Fui Chicó e arranquei risadas e aplausos fervorosos dos colegas. Amava jogar basquete, mesmo sendo aquele tico de antes. Amava promover as gincanas e levar lanches para arrecadar dinheiro para os interesses do Centro Cívico, no dia da cantina dos alunos. Amava a professora de História, Dona Conceição e a de Português Maria Aparecida, que fazia a gente ler "Tibiquera" em voz alta, valendo nota por entonação e leitura absolutamente corretas - não podia ter um engasgo. Eu amava as minhas amigas Carla, Pó, Katia, Shigui e Simone e os meus amigos Pelé, Flávio e Mauricio, companheiros de conversas e risadas. Eu não amava, mas não odiava as professoras Irene de Matemática e Nilce de Inglês, e gostaria aqui de lembrar o nome da professora de Francês, une poupée. O Espírito Santo tinha janelas de vidros grandes, que abriam como a das casas e uma Nossa Senhora toda branca, bem na frente da escola, na porta principal que não era de uso dos alunos, mas por onde, geralmente, eu saía porque o portão já havia sido fechado. Essa porta alta, de madeira avermelhada era seguida por um portão menor automático chiquérrimo - coisa que só freira tinha naquela época. Grandes lembranças eu tenho desse tempo, mesmo do Panoca. Escolas que marcaram minha infância e que me fazem hoje saudades. Certamente, se ainda morasse no Tatuapé, levaria meus filhos no Espírito Santo, tentando talvez assim, esticar a minha infância verdadeiramente feliz.

* O Sr. Miguel, meu professor da quarta-série, levava a gente na feira livre que tinha em frente a escola Paulo Novaes de Carvalho para ajudá-lo a comprar frutas e carregar as sacolas. Sim, na hora da aula! e, Não, a gente não contava para os pais! Era uma hora divertida - e aqui mãe, te digo que talvez essas tenham sido horas pelas quais, lá no Panoca e também no Espírito Santo, eu tenha tido grandes aprendizados.  ; )

24/09/2012

os sons do amor

Bem no portão de casa saía ele assoviando quando a hora já chegara. Fiuuuuuu, era um chamado longo e alto, pra que a gente não dissesse depois que não ouvira. Era meio que um relógio do tempo, escurecia um pouco e os ouvidos se preparavam, lá vem. E vinha. O assovio era uma fala, dizia: entra que agora está na hora das casas se fecharem, dos filhos lavarem as mãos e sentarem à mesa. Entra que esfriou, que quero saber se já fez a lição. Entra que tem hora pra brincar e hora pra estar bem quieto no sofá. Entra que eu mando no tempo. Entra. E a gente mal conseguia negociar, porque o assovio não explicava nada, já dizia tudo num sopro. Eu não me atreveria a deixar de ir na hora. O assovio vinha acompanhado, quase sempre, do arrastar dos chinelos e do bater do portão, e se assim fosse, correr era bom, porque a impaciência ia se juntar ao clube. Melhor que não, que o som ficasse mesmo no aconchego de quem quer os seus bem perto, em baixo das asas, ao alcance dos olhos. E a gente vinha, no máximo na segunda assoviada que nem andorinhas de volta no verão. Felizes. E quando entrava, um carinhoso tapinha na cabeça completava aquele dia. Tuc. Os sons do amor.

17/09/2012

retorno

Olho na estrada o retorno e fico em dúvida, volto ou arrisco? Talvez por lá onde eu chegar, mesmo não sendo o final, pode ser que seja o destino e ali encontre muitas coisas das quais vou gostar. Mas e se não, e se for o contrário? se chegar e perceber que nem deveria ter ido? E se não tiver ninguém pra me receber, se não tiver iluminação e a estrada ficar escura bem no meio do caminho?... mas eu tenho o que a perder? Desta vida só sabemos o que explicamos e só explicamos o que conhecemos. Meio sem graça isso. Quero mais é não saber mesmo, nem ter ideia do que vem pela frente, de onde vai dar esse seguir. Vou mais é correr riscos, ao menos assim, poderei ter histórias pra contar e o prazer de saber, enfim, que ter feito meia volta poderia ter sido melhor. Se isso for, aí retorno, pois seguramente já conheço o caminho.

06/09/2012

Prova dos 9

Em época de prova de filhos a gente estuda o que já estudou. Descobre o que aprendeu, o que nem se lembrava, entende, agora, umas e outras coisas e fica atrás dos livros e linhas como se fossem amigos antigos, querendo meio que passar assim, um ar de intimidade que na época, onde os livros eram nossos, não era lá muito sincero. Olhando por tudo e percebendo o descobrir dos meus pequenos, vejo que poucas diferenças existem num mundo tão mudado. Para aprender o novo é preciso saber do velho, dos bondes operários, dos trens maria-fumaças, das velhas "manhas" da tabuada, dos quadros de Tarsila e das crônicas de Zélia Gattai.
Mesmo com tanta informação, velocidade, internets e nets todas de hoje, não há nada que tenha mudado tanto que fizesse nos esquecer do que foi, é e sempre será bom. E assim vamos para novas páginas de um mesmo livro chamado, vida! Voilà!

três vezes três

Um ano atrás estávamos nós comemorando os 8 anos de vida desses filhotes amados. Num trisco, e cá estamos novamente a beirinha dos 9. Às vezes eu paro e penso que corre-corre esse tempo quer comigo, onde ele quer me levar, com meus três amores já tão moços?

Cada um com seu jeito, sua forma de ver as coisas, seus gostos e belezas. Três raridades.

De vez em quando, não entendo muito porque, justo eu, recebi tamanha graça. É... porque devo confessar, não sou a mais paciente das mães, do tipo que deita no chão pra brincar horas a fio. Também não me vejo defendendo meus filhos como uma leoa, como o ditado diz, porque pra mim pão, pão, queijo, queijo, caso eles estejam errados, vão precisar assumir isso. Claro que o contrário também é verdadeiro, e não admito que eles estejam certos e os outros não reconheçam, nesse caso, viro gueopardo.

Mas de tudo, nessa fase, vejo pessoinhas à minha volta, que eu amo tanto, e reconheço neles tantos eus e tantos meus, e vejo o Cesar neles, e vejo meus pais, os pais dele, e é tudo tão bacana, porque no meio de tantos nós, eles são tão eles mesmos.

Digital (e) mente eles mesmos.

E eu aprendo isso a cada nova palavra, a cada nova postura, novas descobertas, decisões, dentes crescendo grandes para aquelas boquinhas, olhos curiosos, sabidinhos, contas de divisão, cartinhas de amor, sapatos que não servem mais, gostos novos, músicas escolhidas, dribles de bola, cenas de filmes, livros lidos, braçadas na água, jogadas, desenhos e teatros, pedidos de amigos, sorrisos de canto, coragem, medo, excursões do colégio, companheirismo, briguinhas, tiaras, chuteiras. Vida que cresce.

9 anos da mais pura Graça e Saúde. Amém.






Filhos meus, Beatriz, Pedro e Julia, amo vocês do tamanho do mar.

19/08/2012

primeiro parágrafo

Se um dia assim de céu azul tão claro, sem nuvens - uma ou outra vai, bem pequenininhas, de poucos afazeres e muita converseira, risos soltos, música de passarinho, latido de longe, pezinhos descalços... ah se um dia assim com só esse desenho, um só, e também um só amor debruçado na janela, repetir e repetir, eu digo: felicidade cê me achou, danada, e eu bem quis.

14/08/2012

Preguicite aguda

Preguisssssssssssssssss

22/07/2012

o Pescador

Enquanto eu estou aqui escrevendo, este que era um dos maiores gostos e talentos dele, está sendo, nesse momento, encerrado. Porque a vida é mesmo assim, a gente finda por aqui. Mas como disse Guimarães, "as pessoas não morrem, ficam encantadas". Eu acredito mesmo nisso. Por esta razão, quero prestar uma singela homenagem a uma pessoa que fez diferença na minha vida, talvez ele nem imaginasse o quanto, já que na época eu era uma criança, porém atenta, e mesmo que isso fosse diferente, papai e mamãe sempre fizeram questão de nos contar o exemplo das pessoas boas para que a gente além de sabê-las, aprendêssemos a imitá-las. Talvez ninguém saiba o que eu vou contar, mas um dia alguém saiu de sua casa interessado no problema alheio, e mais do que pediu por ajuda, fez por ajudar. Eu falo aqui do Adib, o tio Adib como aprendi a chamá-lo. Um homem culto, jornalista do tempo que essa profissão era nobre, de sobrenome Moisés Salomão - e que fez a teoria dos judeus cair por terra quando provou que o amor é maior que as raças, abrindo a mão e o coração num momento que nossa família muito precisou. Lembro vagamente das palavras, mas não esqueço a atitude que ele e a sua Caetana tiveram quando entraram em nossa casa levando comida. Nescau, biscoito, arroz, feijão, essas coisas, porque o papai passava por uma fase muito difícil financeiramente. Eu lembro da mamãe chorando, do papai agradecido com tanta generosidade e depois que eles sairam, do Flávio e eu indo olhar as caixas de mantimentos. Posso seguramente afirmar em nome de todos, que nós lá em casa, nunca, nunquinha vamos esquecer esses dias, porque foram mais de um. Dias que ajudaram o papai e a mamãe a recuperarem o fôlego, a despreocuparem-se com o básico para poderem ir atrás do restante. Dias que mudaram tudo. O instrumento de Deus em ação no tio Adib, que não deixou de oferecer dinheiro inclusive, mas que o papai preferiu não aceitar porque iria piorar ainda mais nossa situação. Não, não é fácil se desprender pelo outro. Uma agulha no palheiro um amigo que age assim. Muitos torcem, rezam, o que é também tão importante, mas a atitude, o exemplo é o que Jesus nos pede.

Hoje o tio Adib nos deixa. Eu não estive por lá, mas tenho ele no meu coração. Sei ainda que, certamente, o papai não deixou de esperá-lo de braços abertos no céu, e se eu bem conheço o Pedrão, com uma bela mesa posta, cheia de nescau, biscoito, arroz, feijão e tudo o que tem de mais gostoso nessa vida.

Tio Adib, você fez muita diferença na nossa vida. Muito obrigada!
Siga em paz e até um dia.
Um beijo da Cice.

01/07/2012

perguntas

..."Deixa-me ser o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo..." sábio Quintana! Que mania essa gente tem de querer saber os nossos quereres, ao invés de aproveitar os nossos fazeres. Eu tenho agonia de precisar responder tantas perguntas, de ficar sendo colocada à prova como se estivesse no colegial, de saia curta e meias brancas esperando o teste de aritmética. Não, eu não concordo com tantas defesas e justificativas, e saberes, e mais saberes, do que se quer, do que se espera, do que se deseja. Tantas certezas será pra que? ou pra quem? Eu quero viver! Em paz! Com saúde e bem. É só isso, senhores. E eu juro que nada do que eu não responda falte, porque eu vou de encontro ao mar, com perseverança, respeito e fé. Isso só, já é bem bastante.

29/05/2012

dos mestres

A maior riqueza do homem é a sua incompletude.

A maior riqueza do homem é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou – eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc.
Perdoai.
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.
 (Manuel de Barros)

10/05/2012

redenção - uma história real.

Eu quero mesmo escrever para você. Para você que imagina ser melhor que os meus. Que não mede as consequências dos seus atos, que descuida da sua vida quando descuida da vida alheia. Que pensa só no futuro esquecendo o presente e desrespeitando o passado. Que inverte valores com coisas, que esquece de lembrar do outro.
Falo com você que destrói uma vida, um sonho, uma expectativa em um recado mal escrito, que não tem tato nem tino, tão pouco teor ou talento para ter honra. É, você, ruim por natureza, que veio parar aqui apenas com passagem de ida e não vai conseguir deixar legado algum. Tá cheio de você por aí, mas especialmente as sombras que rastejam em baixo de disfarces comuns, como o seu, são as piores. Eu quero te dizer aqui, o que um dia, com toda a certeza, você vai ouvir em bom tom, sem necessariamente ser alto, apenas o suficiente para que seus ouvidos registrem o seu final. Porque meu amigo, a vida é muito justa. Sempre será. Hoje, sua displiscência com o próximo faz sofrer o meu amor. Meu amor que tem um coração teimoso, despreparado e até doente, mas um coração bondoso, honesto, íntegro. Que cresceu amedrontado, consequência de uma disciplina mal ensinada e de um tipo de coação da pior espécie, a que não nos permitimos aceitar. Que volta toda hora das lembranças do fundo da mente e impedem a coragem de livrá-lo dos males, do orgulho e de se fazer reconhecer. O meu amor, que já traz esta sina, está triste, magoado, abatido, impotente e eu estou furiosa por isso. Muito. Acontece Sr. você, que eu tenho a cura, eu sou o antídoto do meu amor e vou sarar suas dores apenas com o que aprendi, respeitando primeiro a dádiva da vida, entendendo que ela passa e ensina a gente que pelo respeito não é preciso semear amarguras, que as dores, sim, nos pertencem, mas as amarguras que chegam até nós se desfazem voltando às origens de quem as provocou, com o tempo. Porque o tempo coloca tudo no lugar certo. Os bons com os bons e os maus com os maus. E você, ah você precisa saber que eu não me importo com quando, porque eu confio no tempo. É bom que você saiba também, que encontrei as armas para lutar diariamente e não perder essa confiança. Que nessa dura batalha eu sempre ganho. Ganho porque vou de mão dada com Deus, que sopra nos meus ouvidos por todo o tempo - não, não é aguarde, espere e verá, não é...  Ele sopra por todo o tempo assim, Estou do teu lado, Estamos Juntos, Confie. E eu confio. E você, infeliz de você, você não sabe o que é isso. Se soubesse tinha tido mais cuidado, ao menos mais atenção. Definitivamente você não sabe o que é isso. E por essa ignorância nunca será perdoado, nunca. Não por mim, quem sou eu? nem por Deus, imagina, que perdoa tudo e todos todo o sempre... mas por você mesmo. Você nunca vai se perdoar e seu fim vai ser muito triste. Pobre alma, muito mais triste, tanto e tão triste, infinitamente mais triste do que a grande tristeza que você nos faz passar hoje.  Eu rezo agora pela sua redenção e pela nossa paz. A minha, mas do meu amor primeiro.

07/05/2012

Liturgia de Domingo 06/05

Leitura da Primeira Carta de São João:

18Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! 19Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, 20pois, se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. 
21Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus. 22E qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. 
23Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. 
24Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu.


- Palavra do Senhor. 
- Graças a Deus.

04/05/2012

dos mestres

"O mundo é mágico. As pessoas não morrem, ficam encantadas"
                                                                         (Guimarães Rosa)

20/04/2012

2 em anos

Oi, Pai.

Hoje foi dia de molhar a alma. Derramar pelo rosto todo, por todo o tempo, um montão de lágrimas teimosas, iguais a você.

Lembrando de nós 2 nesses 2 anos.

De verdade, venho vivendo o dia 20 desde o dia 10, mas hoje - que começou ontem pra mim, às vésperas, ruiu a fronte com tanta água represada. Não, eu não estou triste, e você sabe. O choro é expressão. Voluntarioso esse tal pranto quando o assunto é saudade.
As lágrimas caem como gotas de chuva, assim mesmo por vontade das nuvens cinzas, e molham e fazem a terra virar lama, escorregam o sapato, mas são tão boas para a vida, para as plantas e o seu crescer.

Eu choro hoje igual a chuva.

Ontem, na imagem que a lembrança tem, eu via o último final de semana que passamos por aqui. Tua ida lá na minha outra casa e a vontade de ir ver o pé de caqui, cheirar ele, já que ver mesmo você não via.
Engraçado agora, que nesta casa que eu moro, a que você achou pra mim, cheia de pé de fruta, você vê tudo e quem não te enxerga sou eu. Só que os cheiros me confortam. Eu lembro do teu cheiro cheirando o caqui, e fico feliz.
Tão rápido, né pá? e tão demoradamente aceitável essa tal de morte. Esse rompimento das nossas medíocres possibilidades de te ver. Eu estou em desvantagem, porque sei que você me vê, e me vê! Eu sei também que você dá um jeito de ser visto por mim, como aquele dia no celular, hoje nas fotos do meu computador, que aparecem e somem e voltam e vão.
Alguns chamariam coincidência, e eu que bem te conheço, digo: obrigada por continuar incherido, pai. Esse teu jeito de cuidar de mim me faz continuar com toda a fé que aprendi com você e com a mamãe.
E falando em fé, deu certo o que te pedi. Ouvi e usei os teus conselhos. Não fui eu quem marcou esse dia para esse assunto, era pra ser ontem e passou pra hoje. Foi você também, não foi?
Bom, com o rosto pra lá de molhado, quero te dizer o quanto você está vivo para mim, mais e mais, a cada 2 dias, a cada 2 mêses, nesses 2 anos.

Nós 2 em anos.

Tem história, lembranças, tem presença e tem tudo igual a antes. Menos a possibilidade de sentir concretamente a tua mãozona pesada batendo de levinho na minha buxexa dizendo, bobona, não chora. É, o som, o som da tua voz cheia de otimismo e piada.
Só isso. Mas então tá. Uma hora vamos voltar a fazer tudo, tudo mesmo como era antes. E aí, me aguarde, porque vou correr pra te dar um abraço de jibóia e um beijo estalado aconchegada nesse seu barrigão.

Te amo.
Cice.

13/04/2012

gangorra

Energia sobe, energia desce.
Alegria desce, alegria sobe. Sobe!
Sobe, desce.
Dinheiro sobre, dinheiro desce. Rápido!
Amizades sobem, amizades descem.
Sobe, desce.
Peito desce, peito sobe.
Bunda desce. Sobe! Soobeee!
Sobe, desce.
Tristeza sobe ué, mas desce.
Humor, sobe e desce.
Sobe, desce.
Gente boa tem subido muito, gente ruim não desce, que coisa!
Vida sobe, vida desce.
Sobe, desce.
E o final desce, mas aqui sobe.
Mas tudo que sobe, desce.
Sobe, desce.

23/03/2012

De acertos e erros

Me pergunto porque a vida precisa dos erros, descubro com esse pensamento que erros são filtros dos acertos. As pessoas vivem fugindo dos erros e erram justamente aí, porque não é verdade que acerta quem deixa de errar. A gente pelo erro, acerta (de dar certo) as pessoas, os negócios, a saúde, o perdão. Antes não dá. E desse jeito vamos andando em frente e agradecendo o tanto que se errou lá atrás.
Acerto e erro são utopias, e na essência da vida não as temos. Só na superfície da cabeça errante de cada um de nossos acertos.

14/03/2012

Dia da Poesia

O tempo e as jabuticabas
'Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver
daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela
menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos
para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem
para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo
majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta
com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não
foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados,
e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse
amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'

O essencial faz a vida valer a pena.


Rubem Alves

06/03/2012

filme mudo

Eu queria ter tido mais coragem. Queria ter saído da casca, ido à luta. Viver de cantar, de fazer moda, de dançar no palco, falar no palco. Deveria ter entendido mais coisas antes, ter tido menos preguiça, mais estímulo. Queria ter aprendido a falar sim de uma vez só e baixo. O não eu deveria ter descoberto, pra não ter que aguentá-lo agora. Eu queria poder sentir o gosto de desejos que ficaram na lembrança daquilo que um dia eu poderia ter feito, e hoje não posso mais.

29/02/2012

tempo, tempo, tempo, tempo.

-Mas isso não é coisa de gente ruim, perguntei.
-Isso é coisa de gente, respondeu a loira.
E essa conversa ficou na minha cabeça, pra lá e pra cá me fazendo lembrar dum tanto que já escutei sem dar ouvidos. Da confusão que muito me atormentou entre preferir um tom mais forte de voz, do que o silêncio de um cumprimento não correspondido. De ter mágoa por me sentir abandonada no meio do mar bravo com uma bóia de braço. Do sentimento dolorido de injustiça que o mundo dos soberanos de aparências escolhem como certo e vivem procurando adesões, e acham.
Pensando, pensando... Parece até aqui que deve ser por aí mesmo. As escolhas fazem, geralmente, brotar uma covardia voraz, hipocrisia que permite aos umbigos falarem e desfalarem o que quiserem para surdos e cegos concordarem. Então, lá pelas tantas da madrugada num silêncio de lembranças, decidi entender o caminho. O tempo é implacável, soberano. A beleza murcha, as posses não importam se não há pra quem, de seu, deixá-las e nem porquê. Tudo volta pro mesmo lugar de onde partiu, no final.
Dormi em paz.

28/02/2012

olha que luxo!


... "O corte enviesado e os decotes profundos nas costas dos vestidos de noite marcaram os anos 30, que elegeram as costas femininas como o novo foco de atenção. Alguns pesquisadores acreditam que foi a evolução dos trajes de banho a grande inspiração para tais roupas decotadas.

Modelos de Chantal publicados na "Folha da Manhã", em 7 de maio de 1933 A moda dos anos 30 descobriu o esporte, a vida ao ar livre e os banhos de sol. Os mais abastados procuravam lugares à beira-mar para passar períodos de férias. Seguindo as exigências das atividades esportivas, os saiotes de praia diminuíram, as cavas aumentaram e os decotes chegaram até a cintura, assim como alguns modelos de vestidos de noite.

A mulher dessa época devia ser magra, bronzeada e esportiva, o modelo de beleza da atriz Greta Garbo. Seu visual sofisticado, com sobrancelhas e pálpebras marcadas com lápis e pó de arroz bem claro, foi também muito imitado pelas mulheres.

Aliás, o cinema foi o grande referencial de disseminação dos novos costumes. Hollywood, através de suas estrelas, como Katharine Hepburn e Marlene Dietrich, e de estilistas, como Edith Head e Gilbert Adrian, influenciaram milhares de pessoas.

Alguns modelos novos de roupas surgiram com a popularização da prática de esportes, como o short, que surgiu a partir do uso da bicicleta. Os estilistas também criaram pareôs estampados, maiôs e suéteres. Um acessório que se tornou moda nos anos 30 foram os óculos escuros. Eles eram muito usados pelos astros do cinema e da música.
Modelos publicados na "Folha da Noite", em 15 de janeiro de 1936Em 1935, um dos principais criadores de sapatos, o italiano Salvatore Ferragamo, lançou sua marca, que viria se transformar em um dos impérios do luxo italiano. Com a crise na Europa, Ferragamo começou a usar materiais mais baratos, como o cânhamo, a palha e os primeiros materiais sintéticos. Sua principal invenção foi a palmilha compensada.
Gabrielle Chanel continuava sendo sucesso, assim como Madeleine Vionnet e Jeanne Lanvin. A surpreendente italiana Elsa Schiaparelli iniciou uma série de ousadias em suas criações, inspiradas no surrealismo. Outro destaque é Mainbocher, o primeiro estilista americano a fazer sucesso em Paris. Seus modelos, em geral, eram sérios e elegantes, inspirados no corte enviesado de Vionnet.

Assim como o corpo feminino voltou a ser valorizado, os seios também voltaram a ter forma. A mulher então recorreu ao sutiã e a um tipo de cinta ou espartilho flexível. As formas eram marcadas, porém naturais.
Seguindo a linha clássica, tudo o que era simples e harmonioso passou a ser valorizado, sempre de forma natural. Os móveis de Jean-Michel Frank e André Arbus traduziam esse neoclassicismo, o auge do gosto pela vida e sua arte. Além disso, o estilo art-déco e a aerodinâmica norte-americana dominaram a década de 30.
Modelos publicados na "Folha da Noite", em 11 de janeiro de 1936O surgimento de novos materiais, como a baquelita, uma espécie de plástico maleável, aliada ao novo conceito de modernidade, relacionada à aerodinâmica, fez surgir um novo design, aplicado a vários objetos e eletrodomésticos. A baquelita também foi amplamente utilizada para a fabricação de jóias leves, inspiradas em temas do momento.
Raymond Loewy foi um dos designers mais bem-sucedidos dos Estados Unidos. Ele foi responsável pela remodelagem de diversos produtos, como a embalagem dos cigarros Lucky Strike e o logotipo da Shell.

Alvar Aalto e Marcel Breuer foram outros importantes nomes do design da década de 30. Eles fizeram experiências com novas formas de madeira processada industrialmente, como a compensada.

Nessa época, o termo prêt-à-porter ainda não era usado, mas os passos para o seu surgimento eram dados pela butique, palavra então muito utilizada que significava "já pronto". Nas butiques surgiram os primeiros produtos em série assinados pelas grandes maisons".



(fonte:Anos 30 - por Claudia Garcia. Especial Moda / Folha On line)

23/02/2012

verbo escrever - imperfeito do indicativo

Escrever é tão nobre. Nobreza que esforço-me a ter e carrego como um hábito triste, às vezes, por não ter troca. A vida agora é feita de clicks, pequenas expressões para grandes públicos, imagens (como se elas não fizessem parte dos textos desde sempre). Eu gosto desse lado atual, participo e também deixo meu ego solto entre fotos e mensagens, mas receio um sumiço de intimidade, de segredos e mais ainda, de profundidade. Dia e outro corro ao email, as cartas nobres da atualidade, para encontrar alguém, um afago, um tom, mas não encontro. Por instantes umas ofertas, uns convites, umas correntes, febres de contato em dias tão amedrontados. Mas mantenho a leitura dos escritos de antes, busco nos filmes o bom do passado e atualizo o melhor do presente. O futuro? nem sei onde está nessa altura do campeonato e também não me preocupo mais com ele. Até lá...
Tenho escrito muito sem páginas, com a mente, nos momentos livres de descanso do corpo. Passo tempo escrevendo cartas imensas ao papai, à vida, à sorte. Textos tão lindos, intensos, que depois somem com a água no ralo ou com o sol que se põe. Vão. Resgato partes de vez em quando, mas deixo que eles desapareçam. Sem apego.
Fiquei feliz antes de anteontem, quando o colégio das crianças mandou na tarefa o significado de carta -   que não começa com "Era uma vez", nem termina com "E foram felizes para sempre". Lembrei das cartas do vovô para o Ben, seu primo de Ibitinga, aquelas que ele passava horas preparando, discutindo com a vovó o que contar, o que não, porquês, e aí buscava a caneta de ponteira verde escura, sentava-se na cabeceira da mesa e iniciava a viagem em papéis de seda - São Paulo, 22 de fevereiro de 1974. Prezados primos, Benedito e Tereza. Espero que essa ao chegar em vossas mãos encontre todos gozando da mais perfeita saúde e prosperidade...". Lindo, simples e lindo. O desejo de partilhar as notícias, os sabores, as dores. Hoje é tudo tão rápido, vamos direto ao assunto, sem rodeios, sem caneta, com palavras curtas, fortes, boas. A nova geração descobriu muito, tanto, facilita tudo. Precisa apenas saber o que vai deixar escrito para quem virá. Só isso. É fácil. Mesmo que seja por linhas tortas. Que Deus, então, ajude-nos a escrever. Mais.

08/02/2012

Escolhas

Não te enxergo fazendo parte daquela engrenagem. Aquele monte de roldanas velhas habituadas aos seus barulhos chatos, sem óleo. De peças acomodadas em seus pobres cantos. Te encontrei mais solto, peça avulsa, com toques de um composto de ferro, mas que desde sempre estava disposto a ser polido, tornar-se nobre, usando das origens apenas a força lá de trás, que hoje se foi.
Que boa notícia reconhecer que as decisões de escapar da prisão desse ferro-velho te fez parte ágil e conhecedora de tantas outras possibilidades. Rogo aos deuses que cada velharia hoje mantenha-se naquela toada batida, sem graça e rangedora. Lá, onde nem quero saber.

23/01/2012

Gens

Puxei do meu pai o benedeto gênio. O Cesar diz que é sinônimo de grosseria, alguns acham pura impaciência, outros resumem num jeito esquentado, meio bravo e eu digo que tudo isso é apenas uma maneira de me defender. Tanto papai como eu, só conseguimos nos defender se tivermos na ofensiva, porque no dia-a-dia somos dois bons babacas de tudo que é jeito. Ele, agora não sei, espero que tenha resolvido isso lá pelo céu, mas a verdade é que eu mantenho o jeito alegre e otimista, misturado com uma sisudez meio egoísta, bem patife para os amigos e cheio de respeitar os detalhes que todo mundo acha ridículo. Fico analisando meu jeito pra buscar melhorar, porque sei que tenho bastante oportunidade pra isso, mas no final, o que me desencadeia o turbilhão de grosseria (usando a palavra do Cesar que é a melhor no resumo) nada mais é do que perceber que há traição. Aqui, um momento de atenção, please: Traição pra mim é bem diferente do que pra maioria das pessoas no mundo. Polêmica: Eu sei que posso perdoar, por exemplo, uma pulada de muro dessas ridículas, levadas pelo momento, pelas biritas... mas sou capaz de farejar a léguas uma traição do olhar, que no meu entendimento é a verdadeira e talvez imperdoável. Também posso sentir e ouvir a traição das palavras mentirosas, construídas, ditas pra te embromar, ai que raiva disso. Escrevo assim pra tentar fazer com que, quem me lê, entenda do que estou falando, mas já achando que essa missão será difícil. Enfim, o que quero dizer é que trair pra mim é menor do que se pensa e muito maior do que se espera. Trair não significa, ou não se resume apenas, no sentido carnal, homem mulher, relacionamentos. Isso fere menos do que algo escondido de você, simples até. Para os curiosos de plantão, esse post não tem nada a ver com o Cesar ou com meu casamento. Em 16 anos juntos, nunca estivemos tão bem e nunca sequer me preocupei com isso. Coloco aqui minha indignação com quem se acha esperto, onipotente, e lida com a traição da maneira mais covarde do mundo, dando uma de santo. Eu viro ogro mesmo, nesses casos. E aí baixa o Seu Pedro, aquele da impaciência, da mão pesada, das palavras grossas. Só que nem tudo está perdido, o bom desse gênio compartilhado é que a gente sabe odiar sim, mas também consegue perdoar. O duro é o tamanho do estrago que fazemos entre um e outro. Minha teoria é, se recebeu mereceu, além do que, a mim também muitos devem desculpas e eu não morri por causa disso. Nessas auto-análises concluo que ando super mais tolerante do que aos 18, fase que minha língua era lindamente afiada, mas também sofrendo de menos arrependimentos, quando sei que a bola é minha porque, independente de quem me viu comprando, eu tenho a nota, saca? Bem, então é isso. Recado dado e nada diferente do que deve ser, pelo menos por enquanto.

03/01/2012

Hoje é um novo dia de um novo tempo

Tem coisas que são clichês e sempre dão certo. O amor por exemplo. Quer mais? Iniciar o ano mesmo sabendo que o tempo continua correndo como lá por julho, agosto, é sempre um real motivo pra tirar da caixa os bons clichês. Desejar amor, paz, saúde e prosperidade. 4 palavrinhas que estão em tudo que é mesa, que nem batata. Mas pegar essas 4 palavrinhas e comê-las mesmo, como a batata frita, detona um gosto especial. Prosperidade é uma palavra tão bacana, a danada. É o desejo de melhorar de ir bem mais, de progredir. Das eleitas, a saúde é a mais importante e que a gente dá menos bola. Saúde. Eu te desejo saúde, significa que você espera que a pessoa usufrua de tudo com prazer, intensidade e oportunidade. Não é um excelente clichê? Hoje é dia 03, a dois dias começamos um novo tempo, um tempo par, predestinado pelos pessimistas ao fim e aos otimistas ao início do que pode ser melhor. Que sejamos clichês esse ano. Resgatemos aquelas palavras comuns com seus significados na raiz e consigamos praticá-los. Mais do que as 4 escolhidas outras tantas como sorte, coragem, perseverança, gratidão, sucesso, sabedoria e por aí vai. Me despeço com uma também muito da clichê: Fé. Feliz Ano Novo!

guardadinho

eu sou

Minha foto
Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.