31/12/2007

feliz ano velho

2007 foi um ano marcante, que vai ficar na minha história para sempre. Um ano muito bom mas não que tenha sido fácil, porém um ano de muitas realizações. Nele aprendi que no sofrimento realmente se cresce, que para você trilhar novos caminhos tem mesmo que abandonar os antigos e não adianta querer ficar só com o que é bom deles, abrir mão significa que vão as coisas boas também. Em compensação tudo o que vem é novo igual e a vida fica mais interessante. Rompi com muitas coisas, boa parte que amava. No entanto era preciso, e assim foi. Construí outras, com sorte, com zelo, com esforço. Vi o dinheiro voar pela janela, entrar pela porta depois. Vi meus pais superarem dores e conquistarem alegrias, vi minha irmã chegando onde queria e o meu irmão indo pra onde queria. Vi meus filhos muito mais. Vi meu marido de novo. E ele viu a vida ser mais forte.Vi os amigos de verdade estarem comigo, vi novos e vi outros simplesmente partirem. Vi minha sobrinha virar uma mulher, e vi meu sobrinho virar um homenzinho, vi a pequena virar pros dois e se aconchegar neles. Vi e pedi pela família toda de forma diferente. Vi e falei coisas que queria sem medo ou culpa. Vi como é bom ver.
Ah, 2007 você termina hoje mas deixou em mim um pouco pra sempre. Eu te agradeço por me dar mais maturidade e coragem. Eu te agradeço por ter me dado 365 dias diferentes um do outro, 365 dias de histórias pra contar depois, em outros tantos anos que ainda quero viver.

30/12/2007

Tri-frases


Mamãe, que estrela é essa? e essas? cadê as três Marias? e aonde fica a Maria sozinha? (Julia Galloro)

Papai, mamãe, olha pra mim.. advinha que esporte eu tô jogando... não, não é volei, nem basquete, nem futebol, nem tênis... nem peteca, nem balé, nem bolinha de gude... não sabem? ave!! é hoquei, ora, hóquei! (Bia Galloro)

Ô mãe, sabe que eu vou crescer agora muito grande porque o meu pé não cabe mais nesse chinelo que o papai comprou? (Pedro Galloro)

Mã, eu não quero ficar velhinha e morrer que nem a bivó que não morre (Julia Galloro)

Mamãe é verdade que você vai morrer de dia? (Bia Galloro)

Que dia? (Pedro Galloro)

então...que seja melhor

Hoje desejei meu primeiro, pessoalmente, "feliz ano novo", com um abraço apertado e a cabeça descansando no peito do meu irmão, que passa a meia noite do dia 31 longe dessa vez. De mim e de nós. Abracei ele com um nó na garganta que não é triste, juro, mas é lamento. Lamento egoísta de tempos que não voltam mais. Eu sei disso. Ele foi hoje e volta logo, mas eu sinto que ele foi já há algum tempo pra um lugar que não tem volta pra tudo o que era antes. Paciência...

Flá, te amo aqui ou aí e quero sem demora que você possa mesmo ter um feliz novo ano da sua vida.

Se cuida Flá, se cuida.

a esposa de luís xv

Em meio a rosas e sedas ela se perdia. A cama era alta demais até para os saltos novos que vivia comprando. Eram tantas formosuras, nos doces, nas fitas, no cetim claro, nas mucamas e nos deleites. Qualquer coisa se podia ter, mas nos desejos secretos se queria apenas era poder correr livre sem precisar ser olhada por muitos ou até por todos. Ah, ela trocaria o leque de pedras, o ouro e talvez a champagne pela saia solta e leve, onde pudesse sentar sem ajuda e levantar sem demora. A natureza lhe fez bela e generosa, mas jovem demais pra tanta realista realeza. De tudo, o melhor talvez fosse o chá, óbviamente depois dos filhos louros. O chá servido na porcelana mais autêntica que existia, quase que feita à mão. O chá e a porcelana. Só que o pensamento soltava-se para as margaridas plantadas num jardim grande mas simples, e também nos arredores das ervas frescas que faziam com que ela pudesse sorrir o sorriso da franqueza e não somente o da dívida. Mas assim foi e assim mesmo ela se fez digna até na crítica e no momento do declínio. Afinal, eram apenas duas crianças a reinar a França. Mas ninguém entendia isso, tão pouco eles mesmos. Tão pouco ela apenas, e a sua Áustria.

21/12/2007

manuella

Pequena Manu, hoje eu vou viajar. Tô indo agora na hora do almoço e por conta disso algumas visitas ficaram pra depois da minha volta, entre elas a visita pra entregar o teu presente de natal e também o da Lolô. É que na correria da última semana, a mamãe e eu não conseguimos nos encontrar. Então, como você é dona de suas decisões e eu já percebi isso, talvez eu já te entregue esse presente depois, nas suas mãozinhas mesmo.
Seja como for, mocinha que me enganou, jurava que você era um menininho, quero te dizer que mesmo tendo estado mais de longe, menos presente do teu aconchego do que estive quando a Lola decidiu chegar, te amo igual, te amo do mesmo jeito. Amo porque amo teus pais, tua irmã e todo o espírito que te cerca. Amo porque a Lolô conta pra gente como é amar uma irmã mais nova, porque teu quarto te reflete, porque você não pára dentro da barriga da mamãe e porque você a ajudou muito, deixando-a mais linda e confiante ainda, em meses decisivos em muitos aspectos da sua vida. Amo porque o vovô Pedro já achou um diminutivo pro teu nome. Porque você vem pra somar nossa alegria.

Olha pequenica, talvez eu não esteja no dia do teu nascimento lá no hospital, talvez, porque se você resolver nascer na semana entre o Natal e o Ano Novo eu vou estar longe, e se assim for, venha linda, venha com todas as bençãos, seja muito bem-vinda, ah! e não esqueça de lembrar o papai de avisar a gente. Se resolver esperar mais um pouco, então aí eu vou estar por perto e te vejo logo depois do primeiro chorinho, aquele que não sai da nossa memória. E aí te cheiro, te abraço, te assopro e te aperto bastante, ao vivo e à cores.

É isso minha linda. Que Deus te ilumine e Nossa Senhora te cubra com seu manto azul.

amor, da tia Cice.

20/12/2007

chuva

Sempre gostei da chuva. Gosto da sensação que a chuva traz, meio de aconchego, de casa com cheiro de bolo assando. De parecer noite mesmo sendo dia cedo. Gosto demais do cheiro da chuva, que faz cheirar molhado também o chão, a terra. Gosto até da chuva no carro, batendo no vidro e o pára-brisa pra lá e pra cá. Gosto da garoa, das chuvas de verão, da música Águas de março, das tempetades de raio.. outro dia caiu um raio aqui perto de casa, escureceu tudo, fez um barulho estalado aterrorizador, eu gosto de ver o rosto de susto das pessoas depois de um raio. Eu gosto quando a chuva me conta que quem manda é a natureza. Eu adoro andar na chuva, nadar na chuva. Lembro que de menina levada na praia, era só chover e eu ia pro mar, e minha mãe ia atrás dizendo que tinha perigo. Teve um ano novo aqui em São Paulo que choveu demais, e eu pulei a chuva em vez de pular as ondas, e a água me reviveu.
Acho que é por essa minha paixão que a chuva tá sempre comigo. Sempre. Todos os meus aniversários chovem, o meu casamento não choveu, desabou o mundo.. e quem estava presente é testemunha, além da cauda do meu vestido que passou a pesar o dobro. No dia do nascimento dos meus filhos sinceramente não me lembro se chovia, mas com certeza alguma garoa mesmo que passageira caiu. Outros tantos momentos que passei e vivi, importantes, felizes, tinham chuva. Chuva das boas.
Ontem foi a festa da eii!. Uma festa que mudou várias vezes de dia porque tava comigo procurando o dia do ano que ia chover mais. E assim foi, choveu pra caramba. Choveu aquela chuva pesada, que você pega os pingos nas mãos e leva embora. Lavou nossa alma, encheu as plantas de sorrisos, fez a gente ultrapassar uma "dificuldade" para celebrar e se divertir.

Sempre ouvi dizer que a chuva é a benção dos céus que de tanta alegria chora pra você. Que chuva é sinal de fartura, de bonança de bom presságio. De sucesso. Sempre acreditei assim e nunca me arrependi por isso.

Chuva, sabia que você apareceria ontem... sabia.

17/12/2007

propulsão

Doce é a emoção simples, que fala aos olhos e que se escuta quando a pele arrepia. Aquela que te aperta o peito, que te enche de expectativas e desejos bons. Que também te dá temor quando, por um ruído apenas, se pensa algo que não combina com isso tudo. A emoção pequena de ver as cores, as luzes, cada canto do mundo e sua vontade de expressar-se. A emoção grande de querer e ser querido, de ter com quem abrir um sorriso largo, e de poder pedir, mesmo que seja desculpas. É um belo momento de renovação, pelo sim ou pelo não, pela crença ou pela teimosia de contrariar o rumo de tudo, é indiscutível que passe por todos, principalmente aos que menos percebem, a sensação de esperança. Fim de ano é assim, a gente ajeita as malas de tudo o que se viveu para viajar pra daqui há pouco. Porque afinal são horas somente, mas tá aí a maior prova de que o tempo é apenas um medidor de passagem. Invariavelmente a retrospectiva da sua alma se une a retrospectiva do que a mente vivenciou, e lá no fundo, bem no fundo dos nossos céus, a gente também se lembra do que sequer, sabe-se que já viveu.
Gosto desse momento, desses dias, desse final que não acaba, desse poder propulsor e expontâneo de refletir. De desejar o bem a quem igualmente se quer, sabe-se se já nasceu.

Gosto disso.
O final de um novo começo e o começo de mais um final.

16/12/2007

na virada e dali pra frente

Genio de 2008 eis os meus três pedidos, eu quero:

1- Saúde e proteção para todos que passarem pelos meus pensamentos.
2- Uma casa nova bela e grande pra minha família que inove nossos vínculos.
3- O sucesso da eii! e de tudo que girar em torno dela.

Amém.

14/12/2007

festas de final de ano

Com a chegada do final do ano as festas ganham seu lugar. Tem festa na escola, com os amigos, festa da "firma", como brincamos ao celebrar com os amigos do trabalho, festa de Natal, do Reveillon, alguns aniversários de teimosas personalidades que nasceram disputando datas, como o meu pai que nasceu dia 30/12, enfim, é festa que não acaba mais.

O bom é que todas elas são especiais e nos enchem de alegria e de beleza. A gente se arruma, se prepara, se encanta. E isso é uma delícia.

Essa semana tô cheia de boas festas.

Dia 12 as crianças se apresentaram na festa da escola. Bia e Julia de bailarinas com direito a colant rosa, sapatilha de laço e coqui no cabelo. Um luxo. Levei elas no salão porque prender aqueles cabelinhos não é fácil, e elas se sentiram o máximo. Maquiaram-se e foram arrasar no palco. Arrasar mesmo! Dançaram, declamaram poeminhas, cantaram e participaram como nunca dessa festa. Na platéia só dava César, minha mãe e eu aos prantos de ver como nossas pequenas estavam formosas.

Pedro também fechou no espetáculo! Lindo de mister fantástico, entrou fazendo cara de bravo e impinando o peito e os braços para mostrar sua força de super herói. Falou alto a sua fala, segurava o pescoço do amigo esquecendo que não estavam na páteo da escola, como todo bom moleque arteiro. Dançou a seu modo a coreografia, mas foi cumpridor a risca dos passos. De topete moicano e pintado de azul da cor do traje de seu herói, ele foi o nosso nesse dia.

Preciso dizer o que? Mais choro, claro...

Ontem dia 13, tivemos duas festas belíssimas. O aniversário mais esperado do ano, o do Luis Guilherme, amigão dos meus filhos, daqueles que a gente espera que extrapole o tempo. O companheiro do Pedro na escola, o primeiro amigo da vida. Luis é uma graça, com os cabelos encaracoladinhos é um arteiro de primeira. Sua festa foi especial, com direito a entrevistas e homenagens. Emocionante. A gente adora a Cibele e o Zé, seus pais, e parece que somos parceiros ha um tempão. Que boa festa essa!

Depois, a festa da minha pequena Priscila Bernardi e do amigo Nelson Kaufman. Assim mesmo, nessa ordem. Uma festa organizada com carinho, ansiosidade, de uma idéia de reunir amigos, de prestigiar o companheiro, a Pri tratou com classe um evento especial. Aconchegante, elegante, chiquérrimo. Muita beleza e sofisticação com calor humano. Estávamos todos à vontade e felizes. Eu amei e sei que todo mundo que esteve presente também.

Amanhã dia 15 tenho outra boa festa. Um casamento oficilizando-se depois de 10 anos. De uma nova amiga, mas muito querida. Sei que também vou me divertir muito porque vou estar entre pessoas do bem.

Dia 19 tem o eii! day, o dia da gente celebrar a nossa agência. Num lugar lindo como se estivessemos em Bali, estaremos cercados de energia para 2008. Nós e os amigos de coração, os companheiros de luta. O pessoal da eii!

Entre sorrisos.

Festa boa é assim. Tem gente em paz e tem sorrisos sinceros.
E que venha o Natal e o Reveillon.

Boas festas para todos!

10/12/2007

piscar de olhos

Pisca estrela bonita.
Pisca porque te vejo quando assim fica.
Às vezes some e eu não entendo,
se és cadente ou se vai no tempo.

Pra não errar faço logo meu pedido
e quando voltas eu não ligo.
Porque já fiz!

Afinal, tu não me deixas em nenhum momento.
Sempre olho, mexo e volto, e tu estás lá.
Piscando, piscando.
Alegre, indo e voltando.

Como eu, que ora requebro ora silencio.

Pisca estrela.
Tu acordas assim prontinha?

07/12/2007

silêncio

Eles ficaram daquele jeito por uns cinco minutos, abraçados e pensando em tudo sem dizer nada. Fora grave o acidente dele, mas nehuma consequência foi a maior prova de que tudo está tranquilo. A cena da vida veio rápida mas límpida pra ela, o dia de uma chuva torrencial que selou a união e ele sereno esperando a chuva passar, a primeira decisão e ele em apoio, depois quinze em quinze dias em dois anos e ele chegando, as mudanças de casa e ele ao lado, as brigas e ele ora culpado ora não, o momento sublime do parto, três choros e ele presente e sorrindo com os olhos, a segunda decisão e ele feliz, o verdadeiro reencontro, os novos desafios e eles juntos. O km 162, o caminhão, o choque e ele só. Mas por fim a vida fatiada em milagre.
Tanta energia junta fez zerar o taxímetro. Ainda se está pálido, mas quem não estaria?
Então, o abraço se desfez e nos olhos fez-se tamanha cumplicidade que se podia ver. Assim mesmo, sem nenhuma palavra.

05/12/2007

cocô de passarinho

Pior que encontrar alguém sem querer, é encontrar sem querer alguém. Chatice na certa. Obrigação, sorriso amarelo, nenhum papo, ou melhor dizendo, os mesmos papos. Afe!

Mas apesar disso, o almoço foi ótimo.
Que bom poder fazer escolhas.

04/12/2007

cada um

Ela continuava melancólica. Muito diferente de triste, a sensação era apenas de um certo aperto. No fundo, depois de tantos anos ela sabia que não tinha jeito, que o que se queria, teria de ser mais devagar, teria que ser no ritmo do tempo que não é de ninguém, tão pouco era seu.

Havia planos pra quando a espera acabasse, ótimos e aguardados, porém ainda só planos. E era bom que fosse assim para que não deixassem de ser planos para serem apenas saudades. Então passou mais um dia, e mais uma noite. Um telefonema diminuiu uma pergunta, mas não a espera que ao que se prometia estava perto de acabar.

E a melancolia culpada, porque afinal de contas não havia mais nenhuma razão para ela, deu espaço ao sono, às horas que você não percebe, mas sonha junto com o barulhos dos ponteiros.

E assim deu-se mais uma madrugada, e amanhã ela aguarda o sol.

alvorada

De manhã lá em casa existe um jeito. As crianças vão acordando aos poucos, lá pelas 8h40. Escuto a cama mexendo e depois de uns trinta segundos lá vem ele, primeiro o Pedro. De pijama torto, segurando o pipi com uma mão e o paninho com a outra, olhos meio fechados e cabelo despenteado. Arrasta os pezinhos e a primeira coisa que ele faz é me dar um beijo.

Aí passa uns minutinhos, mesmo, pouquinho tempo e aparece a Bia, que vem batendo nos batentes porque não abre os olhos além do suficiente para ver onde é o caminho. Aqueles cabelinhos lisos e pesados caem pelo rosto e você só sabe que ali tem uma menininha porque tem pernas e pijama rosa. Ela vem em segundo, nessa hora, e a primeira coisa que faz é me dar um beijo.

Não dá nem um tico-tico depois e surge outro bichinho descabelado. Porque de cabelo mais fininho e liso, a noite aproveita para embaraçar. Julia vem reta, querendo dizer que já está acordada há algum tempo, mas o passar de paninho no nariz não nega que ela ainda tá aconchegada pelas cobertinhas que ficaram uma confusão na cama. Ela vem em terceiro porque prefere a caminha pela manhã e a primeira coisa que faz é me dar um beijo.

Eu posso estar onde for, geralmente tô no computador, mas não importa. Eles me acham.

Aí eu abraço eles apertado, passo a mão neles todinhos, quientinhos e de bochechas rosadas, dou bom dia, digo que morri de saudade de madrugada fazendo voz de histórinha. Falo a frase: mas que cheirinho de filho que eu amo. Eles gostam assim, riem gostoso e o dia começa.

guardadinho

eu sou

Minha foto
Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.