04/11/2012

Tchibumba

Lá na van, na hora que o trilho da porta correu e ela fechou, que deixamos pra trás dias tão bons, tão felizes, feitos de sol, de cumplicidade, de vontade conspirada por todos para que fossem perfeitos, que falamos até breve para a família - que por conta do destino às vezes se separa mesmo sabendo que tudo ficará bem, que entregamos, generosamente, para os próximos, que nem conhecemos, um mar de um verde cristalino e uma quentura de aconchego e pessoas trabalhando em paz, é que o choro me ensinou mais um pouco sobre felicidade. Olhei ao redor e não era só eu que havia aprendido o quanto é simples entender que nós, realmente, decidimos ser ou não felizes. No silêncio ou na voz que dizia: eu choro porque estou feliz tanto, tanto. Porque a felicidade é muito simples de se ter. Está na conquista, no merecimento de usufruir sem culpa, sem receio. Tá e muito, nas mãos dadas de primos que se amam e brincam todo o tempo (e também às vezes brigam) por isso. Que feliz também é caminhar em dupla por uma ponte vendo a lua tão vaidosa, bem redonda, bem branquinha dizendo pras estrelas, hoje só eu vou brilhar aqui nesse mar, viu? e as estrelas não ficarem tristes com ela esperando a sua vez, porque sabem que sua hora virá no outro dia. Que estar feliz faz a gente ser feliz. Por causa de um assunto em dia, de uma saudade que diminuiu, de um respeito entre pessoas de costumes diferentes, um em prol do outro. De um ou vários brindes de champagne ou água de coco desejosos de saúde. Que se é feliz quando vivenciamos a gentileza de um amigo em te querer bem, em te receber mesmo que por alguns minutos com sorriso verdadeiro. Que fazemos a felicidade quando nos planejamos e procuramos por ela, e na procura vamos vivendo as alegrias da espera na ansiedade antecipada de que tudo será bom. O choro me disse ainda, que um calango é feliz quando pousa bem metidinho pra tantos admiradores e ainda come a flor mais vermelha do jardim pra mostrar que a natureza é simples assim. E como é feliz a música que toca, os artistas que se apresentam. Mais feliz ainda é ver que os mergulhos dos filhos vão ficando mais corajosos, que a confiança aparece, que ouvimos mais o som da natureza bem de noite, sem receio se o barulho é de chuva ou das ondas, porque amanhã estará sol. A felicidade é fazer dar tudo certo. É ter família e saber viver com ela. É comemorar 70 anos com bolo de chocolate e um cafezinho pra tirar 10. É acreditar na eternidade e no que fica eterno em nossas vidas. Os momentos. Então hoje eu sou plenamente feliz. Como nunca, nunquinha tinha sido antes. Feliz é terminar esses dias dizendo obrigada meu Deus.
Tchibumba!


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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.