31/05/2010

sai de mim urutu

Porque decidir o óbvio é tão difícil? E porque insistimos em discordar do que a vida acorda, e concorda. Que teimosia besta. A gente fica dias, semanas, meses, quiçá anos na agonia apenas por não conseguir enfrentar nossos próprios medos. O que outros vão dizer, como vou me virar assim? E assim, como se fossemos tão importantes.
A pobreza da alma é oposta à pobreza da matéria. Pouco importa o que se tem, mas a gente insiste nisso.

Meu desabafo é pra que eu me escute.

Como disse um querido amigo, às vezes é bom que a gente escute o nosso próprio discurso. Ando bem cansada, cansada mesmo de gente que camufla, que esquece suas origens, que sem falar berra prepotência. Que andam pensando que são? A morte chega, ué, esse é o final.

De verdade quero mesmo é conseguir livrar-me desses sentimentos todos, hoje tão pulsantes em mim, que tem me atrapalhado um bocado. Quero fortalecer minha segurança e deixar pra lá, seguir sem sequer me incomodar. Como um espírita que não quer ver o além, sou eu. Não quero ver a sujeira, quero estar limpa pra ter meu caminho de volta. Tenho que fazer a minha parte.

Quem sabe a mágica?

25/05/2010

pertencimento

Tenho uma preguiça que me custa hoje. Preguiça de ser do mundo. Gosto mesmo é de ser aqui do meu pedaço, dos meus compadres e comadres, das histórias da infância, dos jogos de carta, da escola dos meus filhos, do futuro que posso planejar. Gostaria de ser do mundo também, e o que é bom, se caso fosse como antes, com viagens, passeios, trocas sentidas, apalpadas, vistas de perto. Ser do mundo pela tela, pelas buscas incessantes de assuntos que todo mundo uma hora ou outra vai descobrir, e se entristecer de não ser o primeiro, pelos links, pelas línguas das não escolas, ai! isso me dá muita canseira.

20/05/2010

agonia

As perdas, ah como são dolorosas e belas. Antagônicas nos levam ao amadurecimento procurado tantas vezes em vão.

Porque há de ser pelo certo sofrimento que chegamos perto das alegrias? Como saber o tempo se ele não aparece fora do relógio... e que máquina essa que toca nossa tristeza em doze badaladas?

Se sofro, alegro-me? Como é isso?

É, mas não agora. Esse é o resumo, porque ao deixarmos de ter, passamos assim a ver.

17/05/2010

Combatendo o bom Combate


Ontem eu voltei de viagem. Ontem fui até a casa da mamãe onde as crianças trocaram com ela companhia nestes dias. Ontem ela com os olhos cheios de lágrimas, me disse que não iria voltar comigo pra minha casa e manteria-se ali, na sua casa, agora sem a sua melhor companhia. Ontem ela decidiu enfrentar esse momento. Ontem ela me deu o taco de bilhar que o papai mais gostava. Ontem ela me mostrou sem saber, que já está organizando o destino das coisas dele. Ontem eu me despedi dela na porta da garagem, que ela sempre abre pra gente, pensando em toda sua grandeza e coragem. Ontem eu chorei até dormir. De tristeza. De muita saudade. De muito orgulho.

15/05/2010

Chile, nós e os amigos

É a segunda vez que venho ao Chile. E que bom que é isso. Ir pela segunda vez em algum lugar te dá a chance de ver as coisas com calma, de participar das rotinas, de não sentir-se culpada por deixar de ir olhar um ponto turístico, e olhar os costumes.

O Chileno é esquisito. Baixos e quietos os serviços são deixados sem muita atenção. As lojas por aqui requerem sua disposição de comprar, e não a deles de vender. Mas como ha sempre uma exceção pra tudo, ontem jantamos Guilherme, Di, César e eu em um local completo. Lindo lugar, saborosa comida, excelente serviço e um vinho daqueles de desejar que a botella não acabe nunca. O nome? Puerto Fuy. Recomendo.

Por aqui é impressionante a recuperação do país pós terremoto. Três meses depois Santiago não demonstra sequer que tal tragédia aconteceu, e outros locais mais atingidos estão amparados, e totalmente em reconstrução. O fato ficou na lembrança das pessoas apenas, e que é o suficiente para entendermos que não foi fácil estar por aqui naqueles dias.

Mas tenho pra mim, que esses momentos dolorosos, também enchem o pais de orgulho. As pessoas enchem o peito pra defender seu território, suas naturezas e seus lares. Se unem e se solidarizam. Foratalecem-se.

Dessa vez estou na casa de amigos, queridos amigos, mais que isso padrinhos de casamento. A gente tava com saudades deles e eles da gente. Sei disso pelos abraços, pelas conversas em volta da mesa e por não conseguir sequer pegar um copinho de água, que já sou paparicada. A Di e o Gui vieram pra cá há quase um ano, já. Eles, seus picutas Giovanna e Arthur, a Nilda e os cachorros da Di. Vieram e souberam se adaptar, respeitaram as dificuldades, e agora saboreiam os prazeres. Esquiam, possibilitam às crianças uma educação versátil, Di voltou a saltar na hípica, aculturam-se e fazem amigos. E o vinho junto nas comemorações.

Olhar pras cordilheiras, ir as compras e encontrar preços especiais (não há impostos em eletrônicos por aqui), caminhar pelas ruas bem organizadas, desenhadas, e limpas, das galerias e livrarias. Almoçar nas vinhas, admirar as lápis lázulis, dar boas risadas, atualizar os papos, levar lembranças, e estar ao lado do César foi minha viagem dessa vez. Mesmo com uma pitada de compromisso profissional, vou embora com a plena sensação que tirei umas férias da correria, e escolhi o lugar certo pra isso.

Deixo o Chile rezando pelos meus amigos aqui, pela paz de sua natureza, pelo desempenho de um país gostoso e belo, que esse ano voltou até a disputar a copa do mundo, depois de muitos anos.

E até a volta.
Gracias.

04/05/2010

Manhee, o caminhão da Granero já chegou...

To mudando desde que me casei. Há 14 anos atrás morava sossegada na mesma casa. Nem de um quarto pro outro havia me mudado. A casa tinha apenas dois deles e a gente era uma penca, igual entrar na pipoca do galo da madrugada, ficou ali ali ficará. Eu sonhava em mudar, sempre adorei ver casas em exposição. Até hoje fico amigona dos velhinhos que dão plantão nessas casas, e tem o dia todo pra varrê-las, e não varrem.
Nas minhas brincadeiras de boneca, mamãe conta, que meu barato era montar a casa toda em detalhes, e depois mudar. E lá iam-se as Susis e os bonecos todos de um lugar pro outro, muitas vezes inesperadamente.
Depois que eu casei, acompanhem comigo: Saí do Tatuapé e fui pro Campo Belo, de lá pra Recife, de Recife pra Santana, de Santana pro Morumbi e depois dos tricos pra Granja Viana, aí de volta pro Tatuapé - raspando em São José dos Campos, e do Tatu voltamos pra Granja. Pessoa Física: 7. Na Jurídica, vamos ver: Igreja São Judas (pra quem não sabia, fui secretária da Paróquia aos 16), de lá pra escola recanto dos Peraltas, de lá pra Instituto Educacional Ateniense, depois pra EESG Prof José Marques da Cruz a tarde, aulas de Sociologia e Didática, que delícia!. De lá para Nestlé, da Nestlé pra Ponto, da Ponto pra eii. Deixa ver: PJ = 6, mas não vale... nas escolas eram aulas e eu nem sentia que trabalhava. Na PJ 3 estão valendo!
Agora a eii vai mudar de endereço. Tá cheio de caixa por aqui. Tudo empacotadinho. Vamos pra uma casinha de vila na Vila Olímpia, bonitinha que só. Não tem cara de escritório, tem cara de casinha mesmo. Os vizinhos, de um lado um italiano viúvo que adora bater papo, de outro um casal de japoneses velhinhos, o máximo japoneses velhinhos. Na frente uma vózinha que deixa a vila com cheiro de pudim o dia todo. E nós lá... vamos servir nas reuniões bolo de cenoura, tá todo mundo convidado. E eu ainda devo encarar mais algumas mudanças de rumo, de rota, de endereços. Eu, o gordo e os pirulitos, que com 6 anos mudaram 3 vezes de casa e 1 de escola. Acho que eu tenho fogo no rabo mesmo, como dizia o papai.

guardadinho

eu sou

Minha foto
Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.