27/08/2007

o ponto de exclamação

Ah, eu sabia! Jura.. Deus, obrigada! Que bom! Tem um moleque sim! Então, se tem um homenzinho, eu já sei como vai chamar!

Tenho uma exclamação na minha vida. Ganhei esse ponto que exulta, surpreende, deixa claro e enfatiza, da bondade de Deus e da torcida do meu pai.
Essa boa exclamação é o Pedro, meu filho.

Falo que a exclamação é minha mas tenho que confessar que aprendi dividí-la, porque todas as pessoas que simplesmente olham pro Pedro, exclamam também.

A verdade é que o Pedro encanta.

Olhos grandes e dóceis, generosos. Boquinha pequenininha mas de lábios carnudos. Cabelos castanhos, grossos e com poucos cachos. Ingênuo, puro. Encantadoramente meu menino. Seria bacana se ele existisse, e quase como se já soubesse que pedidos atendidos são sinais de gentileza, ele decidiu existir.

Com meu filhote aprendo todos os dias que as homenagens acontecem nos pequenos gestos, aqueles despreparados, espontâneos. Um pegar de mão preocupado se o avô está seguro, um levantar de sua brincadeira pra ajudar as irmãs guardarem os brinquedos que nem foi ele quem pegou, um carinho no rosto da gente que faz a todo momento, até dormindo...

O Pedro faz coisas que derretem a nossa razão. Como ontem, quando a Julia dormiu. Antes de dormir ela me pediu se podia levar pra cama a bonequinha Mulan. Eu disse que tudo bem, mas respondi mecanicamente porque eles pedem mil coisas ao mesmo tempo... aí quando o sono bateu eu a levei pra caminha e a boneca caiu de suas mãos. Ficou no chão perto do sofá um tempão até que o Pedro viu, na mesma hora ele parou sua brincadeira, pegou a boneca e saiu. Eu logo pensei, agora ele aproveita pra satisfazer a vontade de brincar já que a Julia não deixaria se estivesse acordada. Rápido ele voltou, e sem a boneca. E eu pensei de novo, danado escondeu pra sair encrenca amanhã. Fui atrás, entrei no quarto deles e a bonequinha tava lá, no travesseiro do ladinho da cabeça da Julia, quase como um abraço de amor. Fiquei comovida com ele, voltei pra sala e ele estava de novo à volta com seus carrinhos e heróis. Ele fez por ela, não por ele.

Com a Bia a mesma coisa. O Pedro sabe que a Bia gosta de contar histórias, então ele sempre dá a vez dele pra ela falar sem parar. Quando parece que ela acabou a carta de Caminha, ele pergunta, Bia agora é a minha vez? E ela sempre diz calma ainda não, e ele sempre espera.

E o Pedro vai ser sempre assim.

Vai fazer sem esperar troco, vai entregar pra vida alegria sem que ela tenha que devolver alegria pra ele. Mas por isso mesmo vai viver feliz.

Quando eu soube que na minha felizarda barriga de trigêmeos tinha um homenzinho no meio de duas meninas não tive dúvida, exclamei a minha alegria também. E confesso, nossas vidas não teriam a menor graça sem ele. Sem a grata presença de alguém que quer jogar bola toda hora, que sai com o pai num domingo pra ver carro, que com 3 anos e meio pára pra ver a largada da fórmula 1, que corre como o flecha, que não quer ficar dentro de loja no shopping, que faz graça na porta da escola pras menininhas, que faz xixi na tábua da privada, que prefere o giz de cera azul, que tira a cuequinha e deixa jogada no chão, que adora o homem-aranha e quer o controle da TV, que tem esses defeitinhos que todos conhecem, mas sobretudo que é um verdadeiro cavalheiro, cuidadoso e grande companheiro da gente. O meu menino!

Filho, sou tua!

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.