07/12/2007

silêncio

Eles ficaram daquele jeito por uns cinco minutos, abraçados e pensando em tudo sem dizer nada. Fora grave o acidente dele, mas nehuma consequência foi a maior prova de que tudo está tranquilo. A cena da vida veio rápida mas límpida pra ela, o dia de uma chuva torrencial que selou a união e ele sereno esperando a chuva passar, a primeira decisão e ele em apoio, depois quinze em quinze dias em dois anos e ele chegando, as mudanças de casa e ele ao lado, as brigas e ele ora culpado ora não, o momento sublime do parto, três choros e ele presente e sorrindo com os olhos, a segunda decisão e ele feliz, o verdadeiro reencontro, os novos desafios e eles juntos. O km 162, o caminhão, o choque e ele só. Mas por fim a vida fatiada em milagre.
Tanta energia junta fez zerar o taxímetro. Ainda se está pálido, mas quem não estaria?
Então, o abraço se desfez e nos olhos fez-se tamanha cumplicidade que se podia ver. Assim mesmo, sem nenhuma palavra.

Um comentário:

Julia disse...

Cice,
Exatamente o que significa isso?
Tem um peixe vivo e gelado se remexendo no meu estômago!
Te amo
Ju


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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.