29/02/2012

tempo, tempo, tempo, tempo.

-Mas isso não é coisa de gente ruim, perguntei.
-Isso é coisa de gente, respondeu a loira.
E essa conversa ficou na minha cabeça, pra lá e pra cá me fazendo lembrar dum tanto que já escutei sem dar ouvidos. Da confusão que muito me atormentou entre preferir um tom mais forte de voz, do que o silêncio de um cumprimento não correspondido. De ter mágoa por me sentir abandonada no meio do mar bravo com uma bóia de braço. Do sentimento dolorido de injustiça que o mundo dos soberanos de aparências escolhem como certo e vivem procurando adesões, e acham.
Pensando, pensando... Parece até aqui que deve ser por aí mesmo. As escolhas fazem, geralmente, brotar uma covardia voraz, hipocrisia que permite aos umbigos falarem e desfalarem o que quiserem para surdos e cegos concordarem. Então, lá pelas tantas da madrugada num silêncio de lembranças, decidi entender o caminho. O tempo é implacável, soberano. A beleza murcha, as posses não importam se não há pra quem, de seu, deixá-las e nem porquê. Tudo volta pro mesmo lugar de onde partiu, no final.
Dormi em paz.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.