16/06/2008

nos braços do povo

..."Jamelão é uma frutinha preta. No começo da minha carreira fui a uma gafieira e o dono me botou pra cantar. Ele foi para o microfone e anunciou: Vou chamar aquele pretinho, o Jamelão. O apelido pegou".

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Lembro de pequeninha do meu pai lá em casa cantando Exaltação à Mangueira: Mangueira teu cenário é uma beleza, que a natureza criou... . Todo carnaval a gente ficava acordados, assistindo aos desfiles que pareciam mais nossos. Pela TV o grande momento sempre era a hora da Mangueira desfilar. Aprendi a ter adoração pela Mangueira e respeitar a tradicionalíssima Portela e ainda a bateria de Padre Miguel, porque papai falava que no Rio de Janeiro tinham 3 coisas a se reverenciar além da beleza natural e do Cristo Redentor: essas 3 escolas de samba e de vida e seus maiores diferenciais. O da Estação Primeira de Mangueira, era Jamelão.

Sábado de madrugada ele se foi. Viveu até onde quis e ainda no último caranaval esteve lá na passarela. De voz forte e gênio idem, brigava nos tempos áureos pela notas e sempre ganhava 10. Era vascaino e um dia numa entrevista que ouvi ele dar, disse que perdeu seu grande amor para o samba, mas não fazia mal, paciência. Foi considerado o maior intérprete brasileiro não só de sambas-enredo, mas também das músicas de Ari Barroso e Lupicínio Rodrigues.

Eu vi Jamelão cantar e pude com ele torcer pela Verde e Rosa.

Vai mestre Jamelão, sei que agora cada trovão que der em dias de chuva, certamente vão estar mais afinados por causa da tua voz no céu.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.