18/02/2008

morte e vida, severina

O bicho Ana, no seu blog essa semana, escreveu sobre vida e morte. Um lindo texto entitulado Início e fim. Uma certa polêmica pode ser gerada quando você confirma que a morte leva os seres queridos, a vitalidade, o que você demorou tanto para ter e viver. Mas também deixa claro que essa expectativa é mais difícil do que o próprio momento, tanto para quem vai como para quem fica.
E eu confio nesse modelo.

Já pensou se a gente não morresse?
Que monótona nossa história, ou melhor que história haveria se você estivesse pra sempre presente e não deixasse nada pra ninguém?

Morrer não é lá um assunto gostoso, mas é preciso. Será que o texto da Nica seria tão bonito se a passagem do tio Jango ou das amigas da Dona Laila, ou ainda a dança dos 50 anos de casados não fosse impregnados de saudade? Eu penso que não.
Há três semanas convivi com a morte. Uma morte prevista,o que é mais simples eu imagino do que as mortes prematuras, mas que nos marcam e nos deixam da mesma maneira. Vi e vivi duas mortes na minha frente, praticamente nas minhas mãos, em duas semanas seguidas. A de vovó e a de tio Oscar, tio do César lá em Araçatuba em plena festa de carnaval, porque isso é outra coisa, não se marca hora pra morrer, nem dia.

Por isso inclusive, meu desejo a todos é de viver bem o agora. Que deixemos um legado de coisas úteis, que saibamos conviver com os outros, que a gente não se permita viver os dias morrendo de tudo, de medo, de agonia, de ansiedade, de falta de grana, de ódio, de melancolia, e nem também de amor desmedido, o que não é bom igualmente. Que a gente passe por tudo de forma normal e não se deixe impregnar... porque viver não é morrer aos poucos como se diz por aí. Não pra mim, pelo menos.

Viver é viver e Morrer é morrer.
Apesar do tempo nos preparar para a morte, amigo Rodrigo, nisso eu acredito. Ainda bem.

Um comentário:

Ana Paula Marques disse...

por essas e outras sinto tanta falta de conviver com você e lembrar que tudo é simples e hoje e efêmero e belo.
Vivo de saudade!
Ana


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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.