Às vezes era assim, às vezes era assado, ela vivia e aprendia que a terra que gira levava com ela o que estava certo e também o que estava errado. Então, depois que receava, sentia que tinha sempre um equilíbrio. Como a maresia no barco que basta acostumar pra nem mais sentir.
E depois que isso acontecia, ela dormia.
Dormia porque amanhã, naquele outro dia, lá vinha a terra e lá vinha o gira.
O que dessa vez seria? viria primeiro o dia que brilha, ou o noturno, o breu ou o aclarar?
Pouco importava nessa altura se era assim ou outrossim. O que importava era se era assado, cheiroso, suculento. Porque na roda e na dança, tudo balançava mas não caía.
Dessa conta passavam-se os dias, as idas e as vindas. E o receio esvaía.
Só o que não passava mais era a alegria. Ela até tentava, porque sabia que boa parte das lágrimas atraía. Mas agora, depois que descobrira, não tinha mais a mesma guia. No frio, tinha o aceite, porque simples, nem tudo na vida é deleite.
E o que restava certamente é que às vezes era assim e às vezes era assado. E quanto mais isso entendia, mais sobrava ainda a euforia de entender o que vivia.
Fruta como botão, pretinha, redonda. Alegria dos passarinhos da árvore da casa do Seu Lauro. Feito os olhos, os meus. Eu vejo conto e invento. Eu por aqui me apresento.
18/01/2008
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eu sou

- Cice Galoro
- Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.
2 comentários:
Cice,
Tô morrendo de saudades!
Vamos almoçar juntas?
Beijos
Julia
na quinta?
ou na quarta?
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