18/01/2008

assim assado

Às vezes era assim, às vezes era assado, ela vivia e aprendia que a terra que gira levava com ela o que estava certo e também o que estava errado. Então, depois que receava, sentia que tinha sempre um equilíbrio. Como a maresia no barco que basta acostumar pra nem mais sentir.

E depois que isso acontecia, ela dormia.

Dormia porque amanhã, naquele outro dia, lá vinha a terra e lá vinha o gira.
O que dessa vez seria? viria primeiro o dia que brilha, ou o noturno, o breu ou o aclarar?
Pouco importava nessa altura se era assim ou outrossim. O que importava era se era assado, cheiroso, suculento. Porque na roda e na dança, tudo balançava mas não caía.

Dessa conta passavam-se os dias, as idas e as vindas. E o receio esvaía.

Só o que não passava mais era a alegria. Ela até tentava, porque sabia que boa parte das lágrimas atraía. Mas agora, depois que descobrira, não tinha mais a mesma guia. No frio, tinha o aceite, porque simples, nem tudo na vida é deleite.

E o que restava certamente é que às vezes era assim e às vezes era assado. E quanto mais isso entendia, mais sobrava ainda a euforia de entender o que vivia.

2 comentários:

Julia disse...

Cice,
Tô morrendo de saudades!
Vamos almoçar juntas?
Beijos
Julia

Julia disse...

na quinta?
ou na quarta?


guardadinho

eu sou

Minha foto
Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.