27/09/2008

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Muita gente boa tem nos deixado por aqui esse ano. Hoje foi a vez de Paul Newman. O problema não é quem vai, mas quem vem? quem anda substituindo os talentos, as gentilezas, as fidelidades entre casais, o amor, a beleza nesses nossos tempos. Ai, ai, às vezes sinto que estamos ficando muito carentes.

23/09/2008

no tempo da delicadeza

Ando decidindo tudo. Já vai pra dois anos que tomei à minha frente. E é bom que só. Cada dia decido mais uma parada que não ia nem vinha, e agora - ticado. Sinto que tenho ficado sem medo de certos mitos e também mais respeitosa com os fatos. Leveza é a palavra que li hoje pela manhã e tenho conseguido buscar. Aprendi nesse capítulo que os dias não são leves, mas as noites devem ser.

21/09/2008

da inspiração

Cai-me uma gota bem na ponta do nariz. Faz cócegas a danada, mas fazer o quê? com as mãos cheias de pacotes fico mesmo é contorcendo a face desesperadamente. Sem perceber que tal gesto estivesse tão engraçado, páro ao lado de uma árvore cheinha de flores amarelas e vejo o pequeno a deleitar-se em tanto riso. Que posso fazer, lhe pergunto, e ele no meio dos estalos da gargalhada pede que eu faça mais. Fiz sem querer. Agora fazer mais? só se outra gota tocada pela cena decidir voltar no mesmo ponto. Só sei que os pacotes quase desfizeram nas minhas mãos, porque depois a gota virou chuva, e eu saí correndo pela rua ao som de muita alegria.

17/09/2008

os tais super poderooososs

Ando me divertindo até com os poderosos. Chego a sentar no chão de tanto rir com as imagens criadas à volta do tal poder. O poder que hoje é tudo, e amanhã te chuta a bunda. Fico com certa pena de imaginar a hora que tudo irá por água a baixo. É que pra mim tá claro a bela bosta de como você está hoje, o ponto é o que de fato você é. Não aguento mais e corro a léguas de quem se acha maior do que sua sombra. Que misterioso veneno é esse que transforma lagartixas em jacarés? Um ronronado chato a bailar pelos passos que querem ser elegantes mas são mesmo é um bom tropeço.
Em compensação, que gostoso assitir a discrição de alguns. Que zelo, que apreço com a vida lembrar que ser feliz é melhor que ser paparicado. Fico quieta olhando os aprendizes da valsa, já vi muito pisão de pé. De gente que era tudo e ficou normal, e por causa disso ficou doente. Engraçado adoecer por ser normal, não é? Já vi reis virarem súditos de uma hora pra outra porque tinha um mais poderoso ainda. E sempre terá. O cara da cobertura do teu prédio tá de olho na cobertura do prédio que fica na rua em frente à copa das árvores. Ah, isso é tão chato!
Eu tô vacinada. Não me curvo a mais nada desse tipo. De jeito nenhum, pode ser o papa. Prefiro guardar meus joelhos perante a descrição, a sabedoria verdadeira, de quem lê os clássicos e os sabem, sem viver berrando isso. As surpresas agradáveis de perceber alguém que se senta ao seu lado e olha no seus olhos. Num guento os olhos inquietos que ficam passeando aflitos pelo salão, procurando por todos e se achando melhores. Saio correndo, tenho dó, mas saio correndo.
E pra terminar, vale que eu aponte que também detesto os levantamentos de bandeiras, a justiça a qualquer preço pela lente do discurso vão e inflamado. Isso além de chato é entediante.
De verdade eu aprendi a gostar mesmo é dos quietinhos, esses sim. Os quietinhos.

16/09/2008

a lenda do leite derramado

Todo dia era aquele ritual cansativo. Arrastando os pés depois de sair da cama escorregando pelas cobertas, Jandira ia até o fogão e acendia a boca da esquerda porque a chama ainda era a mais forte. Lá em cima ficava a leiteira, que ainda nova assoviava alto quando estava na hora do leite derramar, mas agora nem mais isso. E assim como a leiteira velha, Jandira também deixava todo dia o leite derramar. Ela xingava, mas não fazia nada diferente. Nem no chuveiro. Ensaboava as costas pelo mesmo lugar há 15 anos. Nesse tempo, podia contar quantas vezes trocara a esponja que vivia aos pedaços. Depois vestida de roupas sem graça ela ia até o espelho e escovava o cabelo com um desdém, esquecendo que o cabelo era dela mesma.
Na hora de sair aí sim, surgia junto com um baton vermelho uma certa vontade de ver novidades e ela estava certa que aquilo era o suficiente, que o mundo haveria de contribuir-lhe com esse pedaço ridículo de desejo.
Mas que novidades podem ser vistas por alguém que faz tudo ser velho, que gosta de atribuir ao outro a sua própria sem gracisse. Mas cega de um olho só, ela ia todo dia dizendo viu?, sabia!, ai ai, nossa! credo, inventado histórias e fadas, imaginando o mundo perfeito e dando justificativas pra ele existir aos olhos dos outros, assim como a grama que ela preferia a do vizinho... e assim vinha a noite, e outro dia que o leite ali se encontrava caidão.
O leite foi derramando pela vida de Jandira. Ela foi perdendo oportunidades. Ora porque estva acostumada com aquela chatice viciante, ora porque tinha preguiça de fazer diferente. É porque no fundo no fundo, faltava coragem pra enfrentar a louça. Pra lavar a leiteira, pra arrumar seu assovio e até para ouví-lo evitando assim que tudo derramasse. Então que seja assim, ué!
A lenda do leite derramado. Não adianta chorar o leite derramado, não é isso? Mas a verdade é que não se lamenta porque ele já caiu, mas porque já fazia um bom tempo que se sabia que um dia haveria de se ter que limpar o fogão.
Jandira querida, vai chorar no ombro de outro.

11/09/2008

o dia em que nascemos


Pirulitos aniversariando. Eita mês cheio de notícia boa.
Hoje pela manhã 6h45 todo mundo acordou embalado pela música da vida. O parabéns por ter nascido e vivido até aqui tão lindamente. 5 anos. Três vezes cinco anos. Ah, que gostosura.
Vovó Ivani e vovô Pedro ligaram logo,cantaram no telefone. Depois foi o tio Flávio e a galera da escola. Na eii! todo mundo lembrou. Até o final do dia vai chão.
O César costuma ensinar que o dia que a gente nasceu é muito especial, não só por conta de ser convencionada a data que a gente é lembrado e amadurece um pouco mais, mas certamente porque foi aí que tudo se fez. Que a gente mostrou desse jeito daqui a nossa existência, que a energia pra isso foi intensa e vibrante.
Não pode ser um dia comum. De jeito nenhum.
Então, isso é assim sentido e assim eles passaram os dias na espera de hoje.
Dia 11 de setembro de 2008 - Desde 2003 até agora a gente está impregnado de amor e felicidade por ter recebido a honra da escolha de vocês por nossa família.


Filhos queridos, Bia, Pedro e Julia, entregamos a Nossa Senhora vossas mentes e corações. Que vossos anjinhos, hoje vibrando as cordas das harpas, fiquem ao vosso lado em todos os instantes da longa vida que os espera.

Amém. Feliz aniversário.

papai e mamãe.

09/09/2008

09/09


O primeiro ato de coragem. Nascer, enfrentar o mundo, botar a boca no trombone e encher os pulmões pra todo mundo ouvir. Os que ficam aguardando estreitos do lado de fora, apertados os corações, quando ouvem o grito da coragem relaxam as preces e se abraçam. Os 4 avós juntos e sós, aos prantos aguardaram na madrugada a chegada tão esperada.

Nasceu hoje a Sofia. A corajosa virginiana do dia 09/09 às 9h06.

Nasceu naturalmente, na sala de pré-parto ainda porque tava muito pronta pra isso. Em meio a música clássica e luzes inspiradoras. Nasceu corajosamente e gritou alto: eu cheguei, alegrem-se.

Nós nos alegramos querida Sofia. Eu me alegrei por demais ao te ver cabeluda, como um veludo pretinho deitada no peito da pequena grande mãe de hoje, e agora de todo o sempre. Alegrou nosso dia ver-te corada, vermelhinha, mamando. Fazendo bico e dizendo a que veio. Entendida e amada.

Hoje é um dia bom.
Hoje você chegou.
Que a coragem te acompanhe por toda a tua linda vida.

Te amo,
Tia Cice.

guardadinho

eu sou

Minha foto
Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.