12/01/2025

Ilusão

Parecia sempre que tudo ia bem. E ia, mas os segundos insistiam para tirar esse sentido das pequenas coisas da frente e enfiar ali, naquele lugar minúsculo e tão sutil, um bocado de sensações e expectativas. Que palavra chata alguém insistiu em criar quando tratou de expectativas. Então tudo o que estava fluido começava a criar bolhas de ar sufocantes e o pensamento dominava a paz da mente. Era hora de encontrar qual seria o seu caminho. Todo mundo ao seu redor já parecia ter encontrado, mas seria verdade essas imagens abundantes? Será que é mesmo necessário, importante ou simplesmente bom partilhar o que é só seu, ou deveria ser? Porque vivemos de ver e ser vistos ? Até onde esses relacionamentos nos levam ou nos tiram do caminho? Quanto há de egoísmo no mau humor? e no bom? A profundidade deveria estar nessa troca rasa de emoções? Certamente não. Quanto mais o homem avança na necessidade de se mostrar ao outro, mais ele se esconde e esconde o outro de si mesmo que passa a viver vidas alheias. Aquilo que está escondido, os segredos, o silencio da mente esconde a grande sabedoria da vida. No final aprenderemos que não é preciso dizer nada para termos tudo.  

Integração

 Como pode ser tão difícil entender que somos a Terra e a Terra somos nós. Do pó viemos e ao pó voltaremos, é tão simples. E mesmo que ainda assim, seja esse saber uma venda em nossos olhos, impossível deixar de reconhecer que dependemos do chão para fincarmos o pé da sobrevivência e da evolução humana. Porque é do chão que iniciamos a escalada, daquilo que plantamos e colhemos, o que nos alimenta e nos faz saudáveis para sentirmos o todo, o absoluto. 


Aquele que está presente em todos os seres e ares, vistos e imaginados, reluzentes ou foscos e vividos em nossos arrepios e sonhos, nos momentos em que fechamos os olhos e permitimos que ali se instale a amizade e a bondade, que nos entregamos ao flutuar do tempo e permitimos espaço para a razão irracional de nossos espíritos. 

O que nos sustenta. 

A sustentabilidade do homem que está na terra e nos detalhes de cada pequena parte que se expande no cosmo, pelo amor, pela responsabilidade e pelo respeito que temos com ela e, portanto, conosco mesmo. Dentro das nossas mentes sãs que não degradam ou cegam, ao contrário cuidam e enxergam, mesmo sem ver.

Integração.

A sustentabilidade do mundo começa na sustentação do nosso apoio, dos nossos corpos no chão, dos nossos olhos nos olhos dos outros, no perceber todos os seres, o ecossistema, a biodiversidade, o alimento da boca que fortalece a alma, possibilitando viver um amanhã que talvez não será nosso, neste espaço aqui, mas sendo, a partir dele, todo o espaço universal ao nosso dispor. 

Sentindo e saboreando cada gota de orvalho que tempera o nosso prato da vida.

Simples. 

Sendo pó. Sendo Terra.

Sendo só o universo em nós. E nós nele.

Tudo igual no bananal

 Com essa minha mania de mudar, experimentar, conhecer, lá por 2000, 2001 eu acho, tive com meu irmão uma agência de turismo. Era diferente dos modelos tradicionais, trazia a minha vivência com marketing e era pioneira em roteiros personalizados, um negócio bem legal que um dia posso contar aqui. Mas não é por isso que estou escrevendo, comecei por aí porque a DRO (era o nome da agência) me mostrou o lado B de tudo o que a gente imagina que só tenha o A. Como a gente fazia roteiros para uma turma que estava atrás de experiências personalizadas, conhecemos os bastidores de muitos lugares, desde hotéis de luxo, restaurantes caríssimos, palcos de espetáculos famosos, salas vips de diversos estabelecimentos e muitos outros lugares que enquanto clientes ou sonhadores em ser clientes a gente imagina a perfeição e óbvio, não é. Esse negócio, mesmo não tendo evoluído como a gente queria, foi muito importante e bom para mim. Foi a partir dele que aprendi a não me deslumbrar com nada, a ver que realmente ninguém é melhor que ninguém, e a ter sensibilidade para olhar para dentro dos lugares através dos dois olhos que são iguais para todo mundo.

Com a DRO descobri que nada existe do jeito que a gente vê, porque a percepção das coisas tá dentro e não fora de nós. Não existe luxo nem lixo, o que existe são seus restos ou seus blocos de construir. Por aqui uma verdade só, na morte não se leva nada.

Espelho

 Tinha sempre em mim uma mágoa descabida. De tão boa era feita minha vida, porque será que tantos rasantes me entristecem, coisas que achavam minhas se iam para as mãos de quem não queria que fossem. Fugiam para tão perto. Era assim um quê ​de engraçado esse negócio de escapar de mim o que eu mesma tinha de tão bom. Era como se não deixasse que fosse meu, vontade de brincar com a felicidade para que ela ficasse triste. Um sal na boca o tempo todo, de alegria para voz rouca de engasgo na garganta.


Era sempre assim, mas não precisava ser.

Num dia diferente depois da missa, domingo igual os outros nascia a futura miss Brasil. Feinha, de cabelos compridos  e pretos sem ornar com aquela frase. Os olhos bem inchados prometiam que iam olhar bem o mundo mas não aquela hora, depois, como que prometendo sempre um daqui a pouco pela vida toda. Mas cheia de bênçãos, espera e alegria,​ lá estava ela, desfilando por tanto que seria viver. De escorpião como sina que era para ter uma desculpa nas horas amargas que, não parecia, mas chegariam um dia desses. E ali embrulhadinha na manta rosa, assinavam o testamento seja mulher, mulherzinha. Aquilo que o mundo espera de você.

Corria, corria, adorava aquele vento contra o cabelo que embaraçava os cachos. E mentia. Inventava. Mas mentia também e muito, porque queria ser um passo na frente, uma coisa que podia ser mas como tinha o tempo pra passar, preferia pular e contar uma história imaginada muito mais divertida do que esperar ela chegar. 
​E​
isso ia satisfazendo e fazendo fila de encantamento 
​e​
feito bloco de carnaval todo mundo bailava atrás. E era como um magnetismo crescente, de corpo bem feito, cheio de ginga nos pés e atenção nas histórias. Gostava delas, mesmo das verdadeiras. É isso ia se resumindo
​nu​
ma série de bem viver, que ia dando certo e abençoando os dias, mesmo sendo eles sempre rastejados ou a margem do que seria o desejo material. Tinha todas as bênçãos do céu
​,​
mas insistia em querer a terra, e quanto mais crescia o corpo a alma diminuía, como se fosse a frase da miss a única esperança que sobrava na lembrança de uma vida.

Triste seria assim.

Mas acreditava no Criador, quase que nascer
​a​
na missa
​,​
e por essa razão de domingo, ali ficava o fio de serenidade e verdade que sabia ter e aí lutava com seu erro pelo acerto que sempre lhe foi tão derramado. Vivia em tempos percebendo as ervas daninhas misturadas no bom jardim e se irritava que elas viessem sempre para azucrinar as escolhas difíceis que fazia numa mistura de certeza 
​e​
dúvida que ninguém entendia.

Não combinava.

Era para ser atriz, dançarina ou jornalista
​,​
mas acabara professora
​ e mesmo por amor​
 vivia por correr atrás da passarela e os dias levaram os seus aprendizes e os seus instrutores para longe, trazendo peneiras de ilusões, quase sempre totais mas 
​ainda​
faltando alguma coisa, que ela mesmo boicotava sem saber. E assim os dias foram indo.

Tinha profundidade em uma palavra, língua afiada. Forte e conclu
​s​iv
a
​.​
 
​V​
irava as páginas rápido
​,​
mas depois procurava linhas para ler de novo. Alguns bons livros valiam a pena, mas outros empacavam os capítulos e eram tampas que não combinavam com as panelas. A intensidade da sua pele se dava por crer, por ter fé. Por amar falar de Jesus e do amor espiritual. Mas tanta fé e não sabia perdoar. Era difícil de não querer 
​e muito fácil de​
ser querida, mas quando assim acontecia não queria, não queria mais nem ela 
​e​
nem ninguém.

Era do amor, da vida calma. Acreditava nas palavras que diziam fácil como tinha que ficar do lado da paz. Sentava no chão de terra e esperava, quietinha o que seria que amanhã acontecesse
​,​
e mesmo que nada acontecia, al
​i​
sonhava o mundo, ultrapassando as estrelas daquele céu cheinho delas que todo mundo queria mas só ela tinha. 

Um céu cheinho delas. 

E chorava uma nostalgia do que não sabia lembrar. Usava o que sentia como vestimenta, ora boa de amar ora ódio negro que doía. Não sabia começar 
​e​
nem terminar, mas vivia o meio tanto tanto
​,​
que deixava marcas e rastros e em nome do certo geralmente cometia erros e era dura consigo mesm
​a​ quando
 não acreditava em tantas bênçãos e milagres e transparências porque eram sempre testadas
​,​
e ela
​​
difícil de manter suas escolhas
​,​
sofria uns arrependimentos porque sa
​bi​
a que poderia ter suportado mais, suportava tão bem a dor. 

Como podia deixar assim as brigas pra trás? 

Mas do amor ela dava a mão e se agachava na chuva deixando a água bater nas costas largas que deixaram sonhos pra trás e 
​traziam​
uma preguiça por ali que era pecado.
​ Só que ​
gostava de rezar, precisava da reza e assim que começava a falar com Deus seu coração se acalma
​va​
e distraída pensava que tudo estaria resolvido.

Gostava de gente simples
​,​
mas da simplicidade duvidava
​.​
 
​T​
inha uma mania de olhar nos olhos bem lá dentro para ver se valia a pena ficar por ali, mas julgava o tempo todo e não queria mais esse julgamento porque a vida passara e já era mais pra 
​lá ​
do que pra cá para ainda ter esses apegos que não deviam existir nas pessoas de fé. E ela queria ter a fé, e doía, porque queria pagar as contas e ir nas lojas também e  porque deixava assim tanta facilidade pra trás, tão esperta e todo mundo sabia passar a perna porque faltavam as palavras que sabia tanto articular em horas erradas.

É que tem gente tão bonzinho, com olho bom que senta no canto da mesa e espera todo mundo pegar a comida mesmo quando tem muita fome, pra esses tudo. Sobre o que contar? Sobre vaidade? Sobre posse? Se perdoe. Se perdoe pelo menos à noite. Admita fracassos e limites mas também abrace a apalpe qualidades e boa sorte.escrevia tudo, via e procurava as palavras que saltavam do coração, de verdade elas falavam nas linhas, com língua e barulho de voz. Ponto final e exclamação dava pra ver, porque nascia o conto, mas não conseguia ir e ir e ir. Punha ali a emoção e ela dizia chega. Sem dono. E aí faltava assunto em tanta conversa. E voltava então pra ver os olhos e o sorriso de quem tinha alma no corpo e sabia tocar a vida como quem toca violão solo, mesmo se desafinasse e voz, porque não perdoava a si, mas perdoava quem desafinava com pureza. Fechava as portas mas antes de fechar os olhos abria todas porque queria todo mundo por perto.sonhava em saber tanta história e entender as cabeças das pessoas, mesmo as malvadas, mas só aquelas que permaneciam pela história, porque tinha impaciência com maldade pouca. Mas não sabia muita coisa, Lia pouco, não guardava nomes, mas a sorte de saber o certo era também um milagre que gostava dela. Os milagres gostavam dela, mesmo sendo flácida quando poderia ser mais rígida, ou pelo menos não ter tanta dor no pé. Doía porque acumulava necessidades de tempo pra lá e pra cá. Tava bom, aí se lotava de coisas pra segurarem a ida. Seria porque só tem calma quando se tem caos? Gosta de quem se entrega e beija a mão e grita no show e dança de braços abertos chacoalhando a cabeça mesmo se usa óculos. E daí?

Tinha uma misturada na vida. Terreiro, samba, castelo de rainha com vira da cama e bate cabeça com a hóstia sagrada e não perdia um dois de fevereiro porque queria ser ​preta pra provar que ama o que é diverso mesmo que de fora ​parece que não sabe lidar​, sabe e bem.
É bonito ver quem presta a atenção na conversa do outro quando ele fala. Gostava de quem chora quietinho também e que fica feliz só num pedacinho da vida, sem precisar sai
​r​
de si. 
E depois entender tudo. 

Ouvir e dizer, já sei. 
Já sei Senhor. Já sei. 

Reza

 A calma do tempo, era assim que ela rezava e nas suas orações pedia para que todo mundo pudesse sentir esse amor quieto e livre, sem pressa, só deixando o vento bater no rosto, procurando os cantinhos da​ casa, os esconderijos na alma. Tudo pra ver se dia desses, o pai ruim que era, juntava como aquelas outras pragas do inferno e amoleciam o coração, deixando esquecer de cutucar ela de noite, porque era a deixa de pegar a estrada e ir ver se o mar tinha mesmo espuma e se era salgada, porque assim pela foto da revista, sua única companheira, ela tinha certeza de que era doce. 

De muitos carnavais

 O carnaval vai indo... nos alegramos mais um ano. Muita gente foi foliar pra valer. Não eu, fiquei aqui de olho nas descobertas desta alegria, nas cores dos olhares, nas fantasias que são mais do que as que vestem os brincantes, elas que surgem corajosas nos pensamentos de quem vive um estado de liberdade, mesmo que em um segundo. Que elas perdurem, não murchem, não esperem o ano que vem para serem felizes. O carnaval é um estado de saída, de transição de um vc carregado de coisas para um novo vazio e otimista. As manifestações são bem vindas para que o nosso modo de agir por conta delas mude, se continuar igual depois, não era carnaval, era só uma ‘amostração” mesmo. Faça ser carnaval. 


O carnaval tá indo, e que bela festa esse ano. SP capital deu um show com tanta gente bonIta enchendo as ruas e avenidas sempre carregadas de gente só, individualistas dentro dos carros, nesses dias vieram lotadas de todo mundo junto, sem medo encostar um no outro, não é legal?. Salvador deixou a marca nos bastidores, o nascimento das gêmeas e o passar o bastão do expresso 2222 de pai para filha. O meu Recife sempre na tradição do frevo que ferve o centro, a praia, as ruas, aeroporto, shoppings, ladeiras, numa misturada só. E o Rio, ah o Rio, que é a terra do carnaval legítimo do Brasil, arrepiou com suas escolas fazendo do carnaval o carnaval mesmo, uma festa de manifestações do povo, daquilo que vc tá engasgado na goela. 

Descorporativo

 Ando ocupada comigo. Me olhando, meu cuidando, me respeitando. Dou like pra mim vira e mexe. Com isso, fiquei mais atenta ao outro. O que já sempre gostei de fazer, olhar dos lados, ver o que se passa, ganhou um quê diferente. Quando você vê o outro sabendo de si é bem bom, porque você pode dar dez passos pra frente ou dez pra trás, dependendo do que você sente. Outro dia recebi um convite para ir a SP em um seminário de assuntos que não me interessam mais, um bom tema e o convite mais ainda porque o valor da inscrição era bem salgado. Tinha que confirmar e tudo, aquelas coisas - afe, super disputadas. Mas eu não fui. Não quis. Deixei pra lá essa "super oportunidade". Já fiz tanto seminário nessa vida, só por deus... e vamos combinar, entrei no link e vi aquelas pessoas com umas caras de passado. Reciclar é bom e tal, mas acaba que ultimamente é o mesmo assunto sempre - uma ou outra novidade que eles chamam de inovação, e que não faz mais gosto pra mim. Amanhã eu não sei, mas no caso, pronto, preferi ficar aqui, ouvindo minha música, falando com as minhas plantas, na companhia dos assuntos que eu escolhi. Certificado de conclusão bacana eu me dei nessa. Curti!


Papa Francisco, um milagre

 Olha, eu sou católica. Sou mesmo! vou à missa todos os domingos e quem me conhece sabe que eu acredito em Nossa Senhora, em São Pedro - aquele teimoso, e que essa foi a minha escolha. Por isso hoje é um dia especial pra quem é como eu. Isso não tem nada a ver com acertos e erros, ou com merecer ou desmerecer quem não é, mas a liderança que a igreja católica representa não pode ser ignorada. Minha fé se alegra nesse momento ao ver que nessa escolha muitos protocolos caíram, que o meu próprio preconceito, quando ouvi: é Argentino, foi por terra quando ele escolheu ser Francisco I e apareceu na janela com aqueles olhos do bem, e agora tantas piadas já estão permitidas porque o importante foi sentir um olhar mais humilde, uma vida mais progressista e uma autoridade que primeiro abaixou a cabeça para a multidão e pediu ajuda nessa missão. 

Lolô 14

 Lolo


Achei de bom jeito te escrever assim, desse jeito de hoje, no Insta, me enfiando no teu jeito de ser que é como a gente deve fazer pra se achegar no tempo de quem amamos. Caramba, 14 anos! Eu lembro de você sem te ver ainda, naquela barrigona da mamãe. Você sempre foi inspiração para as linhas e as descobertas dos presentes que não são apenas coisas, são sentimentos que a gente embrulha e torce para ressoarem. Envio pela mamãe hoje um jeito de você ir contando em imagens e textos, aventuras e amizades dessa fase maravilha. Tomara você goste.

Ontem, falando deste dia 02 de agosto, a Teca disse sobre os dois setenios que formam a idade em que você ingressa hoje e disse ainda como ela é um marco. Eu concordo, sabe? Lembro assim translucidamente esse tempo na minha vida, tantas primeiras coisas vivi entre o ontem da meninice com o tudo que seria eu dali em frente. 
Olha, você iniciou essa etapa com muita coragem, a partir da viagem à NY voo solo, não é pra quem quer, é para quem tem o aperto da coragem. É lindo isso. Sempre vi o leaozinho forte por baixo desse olhar delicado e dessas pernocas que não sentem frio. 

Te desejo meu anjo, todo o seu possível. Que seja sempre coberto pelo manto azul de Maria e cheio de amor.
Viva essa juventude linda. Viva você, Lolinha. 
Feliz aniversário!

Tia Cice.

Ver por dentro

 Achei meus óculos. Ah, sim.. o que você tem a ver com isso? Aparentemente nada, mas até pode ser uma boa história para dividir numa sexta 13... 


Na quarta-feira fui com o Pedro cortar o cabelo. Passei o tempo do corte trabalhando no celular e nem quase bati papo com meu querido amigo Thiago. De óculos no rosto escrevi vários e-mails. O dia tinha sido corrido e na volta de baixo de bastante chuva, vi pelo vidro do carro que a porta do registro da água aqui de casa estava aberta. O gordo não gosta que aquela portinha fique aberta e nem eu. Parei, coloquei metade do corpo pra fora, abaixei e fechei.

Depois do jantar, já depois de tantas coisas, fui ler um tico, mas cadê meus óculos? Sem ele nem pensar em ler nada! Nada.. procurei em tudo que é canto, eu, Neninha, Pedro, depois as meninas, olhamos por todos os lugares. Esqueci no salão... 


Não li, não joguei candy crush (eu jogo ainda) não deu, sem ver?! No dia seguinte uma voz no meu ouvido, olha no portão da sua casa.. claro! Mas quem será que tava dizendo? Sai pra ir pra Allma e achei que deveria parar no portão... parei, olhei, mas fiz assim assado, sabotando a parada. Não achei! Sofri sem enxergar de dia, liguei no salão 1789 vezes pedindo para eles encontrarem. e a voz lá, ​vê no portão da sua casa... mas eu já vi! Não tá voz, entendeu?  Outra noite sem ver.


Dia seguinte, hoje... olha no portão da sua casa. Eu ouvia perfeitamente. Sai descid​idona a olhar, apesar de já ter olhado... só que hoje desci do carro, fui por reparo, de perto, dar foco e fazer direito o que estavam me pedindo. Tcharam lá estava ele, soprado por Deus p​ara o meio dos bambus​, assim o carro do gordo não amassava o coitado. ​Incrível como teimamos com os fatos, é assim com tudo, óculos da alma que a gente sabe onde procurar, mas demora pra ter coragem de levantar, sair do carro e por reparo. 


 

Crespo

Sentir é crespo eu penso, porque não pode ser liso esse jeito de dar eco no peito. A cabeça manda num tudo, mas é o coração que decide o instante.


guardadinho

eu sou

Minha foto
Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.