17/09/2007

era uma vez...

Lá em casa a contadora de histórias oficial da família chama-se Beatriz. A pequenina Bia, que tem peso de bebê mas sabedoria de gente grande.

Desde bem pequenininha ela não apenas falava palavrinhas mas concluía assuntos. Por muitas vezes nos deixou de boca aberta, sem nossas palavras à frente de suas tantas que ela diz e ninguém sabe de onde aprendeu, como por exemplo, estou ansiosa, desse jeito eu vou ficar chateada, é muita humilhação, que esplêndido, adoro vestidos brilhantes, essa vida é um paraíso, e por aí vai..
Lembro os 4 aninhos dessa articuladora de enredos.

Ontem estivemos na praia em casa de amigos e foram horas à escuta de histórias fantásticas, inventadas ou não, histórias mágicas que a Bia conta. Pára todo mundo pra ouví-la, os irmãos, o pai e eu, os amigos que acabaram de conhecê-la. As novas babás então ficam pensando, aonde vou aprender a contar histórias melhor que ela? E ela, perspicaz e atenta, sabe desse dom e explora nossas admirações. Faz caras, bocas, vozes.. é mais que contar histórias, Beatriz gosta de interpretar.

Pra ajudar ela se cerca de amigos imaginários assumidos, que também ganharam nomes que só ela mesmo podia ter dado, o Edi e a Sarina. E ela convence tanto, que todo mundo tem vontade de ter amigos iguais.

Mas o melhor da Bia é que ela é dona da sua imaginação. Não é o contrário. Ela sabe bem a hora de parar, bem dizendo, a hora que quer parar e fincar pé no chão. Geralmente isso acontece quando tá todo mundo na viagem de seus sonhos mágicos, aí ela levanta e diz, agora chega que o Edi e a Sarina, ou o pato listrado que ela batizou em uma nova história, ou ainda a pequena princesa, não importa quem, acabaram de voltar pros livros e agora nós vamos fazer outra coisa...

Às vezes fico pensando e tentando descobrir um jeito de fazê-la nunca perder esse dom. Sei lá, colocá-la no teatro desde cedo, levá-la a todas as livrarias do universo, ler em casa a toda hora pra que ela continue tendo exemplos, mas no fim páro e percebo que cada um ensina a vida com alguma coisa nata, e aprende com ela outras que não sabe bem.

Então relaxo, porque tenho certeza que com mais intensidade ou menos, a Bia sempre vai ter grandes histórias pra contar das suas interessantes experiências, e eu vou ter o enorme privilégio e prazer de ouví-las.

E junto da nossa (be) atriz seremos felizes para sempre.

obs: vejo hoje que não haveria outro nome pra minha filhota.

2 comentários:

Ana Paula Marques disse...

Por isso eu digo e repito a frase do Einstein: "a imaginação é mais importante que o conhecimento."
A Bia é uma criatura fantasiosa, portanto intensa, sensível, linda.

Unknown disse...

Que a nossa Bia continue contando histórias e regando a vida de todos com muita ingenuidade, carinho e amor.
Saudades!


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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.