20/10/2013

Extra, Extra!

Como hoje é domingo, uso meu espaço para uma crítica a um assunto desenhado para esse dia.
Há um bom tempo eu não lia mais jornal, aquele do papel - que deixava (ainda deixa) tinta nas mãos. Parei de ler um pouco por causa da tecnologia, já que consigo acessá-los do meu Ipad ou do computador a qualquer hora e exatamente o assunto que me atrai, mas muito porque tenho preferido as expressões de amigos ou pessoas que se colocam à sua maneira, sem pretensão de induzir alguma opinião. É, e ao meu ver isso acontece porque hoje a notícia não está mais instigante, ao contrário, está numa mesmice sem fim. Acontece que de duas semanas pra cá o ESTADÃO - de novo (no passado, quase que como o seu astrólogo Quiroga, eles já previam a derrocada) numa tentativa de livrar-se do afogamento, tem mandado jornais para o César gratuitamente. E aí, eu leio. E lendo eu vou assim, manchete absurda, economia eu pulo, jornal do carro e de imóveis o mais grossos cadernos nem abro; até o meu amado Caderno 2 de antes, hoje vem com sofridos espaços que são de fato interessantes. A notícia anda chata demais. Fiquei pensando o que fez mudar tanto o prazer que o papai tinha em se sentar aos domingos, muitas vezes com mais de um título de jornal e lê-los atenciosamente. Tirando o fato da tecnologia, até porque antigamente a TV competia, cheguei numa conclusão minha, mas óbvia: todo mundo conta a mesma coisa. Onde você for agora por exemplo, você lê sobre o movimento Procure Saber, e a polêmica das biografias não autorizadas. Gente, que porre isso. Primeiro, porque até um simpático jargão dos baianos caiu nesse "mundo cani" do como vamos fazer pra ganhar dinheiro, plantado por uns mercenários iludindo uma galera que foi bacana mas agora anda senil. Olha, juro, minha decepção com o Chico Buarque é de um tanto, que pra mim os olhos dele são castanhos. O resto passa, mas ele... De qualquer forma não estou escrevendo sobre isso, mas sobre a notícia. Será que os nossos gloriosos grupos de comunicação impressa não percebem que a salvação da lavoura está no passado? Em gerar a notícia e não apenas retransmití-la, e pior ainda querendo colocar uma "pitada original"  deixando o feio ficar horrível?  Porque não se noticia corajosamente as inúmeras Malalas antes que elas sejam indicadas ao Nobel da Paz, fazendo uma luta conjunta? Porque a imprensa, toda, ficou assim, medrosa, besta, e ouso aqui dizer, mentirosa!? Até eu, que sempre li jornal de ontem pensando que as notícias ruins se já passaram não podiam ser tão ruins assim, hoje leio sem nenhum ânimo ou receio o jornal de hoje, chato à beça. Então, meus caros e respeitosos jornais ESTADÃO, FOLHA, enfim... passem a encorajar-se novamente. Coloquem enviados especiais atrás do que mudar, do que fazer para o bem, das denúncias com atitude, para depois noticiar. Na transmissão de mensagens apenas, inspirem-se nos modelos de seus leitores, sejam honestos, não tenham rabo preso e voltem a fazer as impressoras orgulharem-se dos furos de reportagem nas madrugadas. As revistas nesse ponto ainda estão com uma bóia inflável nesse rio de lama, ao meu ver. E quanto a mim, de verdade, abro o jornal leio o Calvin, o Snoopy e fecho as folhas pra usá-las nas gaiolas, que não temos em casa.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.