02/09/2013

uma década

Quando o mês de setembro começa, começa uma alegria dentro de mim. Sempre foi assim, eu sei, mas de 10 anos pra cá meus motivos - 3 deles, se multiplicaram um tanto. Eu sempre digo o quanto é mágico o anteceder do dia do aniversário, um amadurecimento instantâneo que parece que vem a galope, de um dia para o outro, outras conversas, outro olhar, outras descobertas. Esse ano mais ainda, ao ver o corpo mudando também, os gostos por sabores cítricos chegando ao paladar, o pedido de gel de cabelo na lista de compras, porque o topete tem que ficar perfeito, perfumes, os "isso" não gostei, os "aquilo" são bacana. Eu ontem rezei na missa. Rezei de joelhos e olhos fechados porque apesar de cada fase ter a sua magia e os seus desafios, agora começa uma troca maior, eu confio e tu confias, nós confiamos. Um no outro. Pedi a Nossa Senhora que é mãe e confiou até o fim, que me ajudasse nessa guia, nessa estrada onde andam tantos outros, tantas novidades, expectativas, frustrações, tentações. Que Ela me ajude nessa arte da confiança, onde as palavras devem vir acompanhadas de atitudes, onde os exemplos, mais do que nunca, encaminham os passos certos, onde a presença deve ser equilibrada com o cuidado entre os espaços necessários. Engraçado, toda vez que vou ao salão tingir a raiz, eu penso: meus filhos estão crescendo como meus cabelos brancos, rápido demais. Mas eu saio do salão satisfeita porque pelo inevitável, a gente se propõe a ser mais bonita, faz uma hidratação, um cuidado na pele que não faria se não tivesse que sentar e esperar naquela cadeira. E é assim. A vida se faz mais bonita com o crescimento, mesmo se a vontade fosse que os bebês ainda estivessem jogando biscoitos dentro do video cassete ou fazendo gracinhas pela casa com as novas e poucas palavras. Hoje, as graças pela casa são grandes parceiros, de corpos lindos, vaidades e incômodos, livros de cabeceira que mudaram os títulos, espaços na pia do banheiro para gloss, gel, perguntas rodeadas, curiosidades disfarçadas, vontades de voar mais alto. E a nós, Cesar e eu, resta ver essas vidas sendo vividas, o apego aos bons ventos, a torcida. A nossa parte de métricas e rédeas se mantendo, mas cada dia mais amparada pela sabedoria que a nós não pertence, aquela que não está nas escritas mas na certeza do amor, aquela que sabe crescer mas não deixa a infância nunca. Rogo a humildade de entregar a Deus os nossos maiores amores e a nossa eterna realização, que vai se perpetuando com o contínuo crescimento que a vida nos dá, assim, de graça, numa tremenda prova de generosidade.

Beatriz, Pedro e Julia, bem-vindos aos 10 anos! Bem-vindos a uma fase onde as bonecas e os legos ainda são realidade em meio aos novos gostos, onde a infância chega um pouquinho pra lá pra dar lugar para um despertar de jovialidade, onde a ingenuidade ainda reina, mas encontra com um sei lá eu... tô ficando diferente! onde o Papai Noel e a Fada do Dente não combinam mais e já fazem parte das histórias que vocês vão contar para os mais pequenos. Mas a verdade é que mesmo assim, se valer uma escapadinha para a imaginação, abre-se um sorrisão, porque ainda é bem bom ser surpreendido.

Bem-vindos filhos a toda a vida que vocês tem pela frente.

Com todo nosso amor,
Papai e Mamãe.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.