02/04/2013

emaranhado

"Haja hoje para tanto ontem", disse Ana Paula redizendo Leminski. Ana parecia querer expressar sua alegria por um feriado em família naquele dia de branco, e Leminski devia ter seu propósito que eu posso até imaginar, mas não ouso. Eu aproveito a frase tão rica pra dizer que, sempre tive dificuldade em desenroscar cordões de ouro, achar o começo do nó, parar para me concentrar nesse emaranhado. E é assim que ainda sinto, quando hoje, leio, acho, pesquiso e às vezes até não encontro algo. Tanta coisa ao meu bel prazer que nem sei por onde começo. Entro em livrarias e em livros, olho pelas bancas das lojas de atacado, das chiques, clico em sites, em blogs, em redes e dali sempre tem outro ponto, outro item e nele algum hífen que te leva para um caminho anterior, que puxa um antes e outro assim, antes do antes ainda, e tanto e tanto, que nem lembro mais o que realmente eu queria saber. Ao mesmo tempo que isso sufoca, intriga e abastece a mente e a alma de novidades atrás do que se, na verdade, são velhas conhecidas que demoramos 44 anos para entender. De poemas a imagens, de homens que marcaram uma época a mulheres frutas, de penicilinas a pornochanchadas, de que nada é tão novidade assim e nem tudo já tão sabido. De sins e nãos e talvez.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.