27/04/2013

se houver inverno

Pela fresta da janela ele entra meio que sem vergonha. Acorda a gente pela ilusão de que as cobertas quentinhas não estarão à sua altura. Um sábio, porque percebe muito bem o poder de sedução que cortam seus raios coloridos e confundem nossa visão. Ali, onde ele pousa, a gente senta buscando o aconchego que vem acompanhado de uma xícara de café. Seu calor nem é assim assim, mas o efeito que produz estar embascado com seus reflexos, acomoda os pensamentos que vão longe e se misturam em meio a bolas coloridas, lilases, brancas também, quando o piscar dos olhos se fecham. O sol de inverno, o solzinho, que assim como a vida, em meio ao gélido tormento que todos temos que passar um dia, vem acalorar um pouco o movimento que a terra faz. E desse jeitinho nos dá uma luz literal, uma cena boa, de que sempre haverá algum lugar mais quente. Sim, é sim, porque mesmo que os trópicos fiquem no mesmo ponto, teimosos nas suas estações, basta que a gente levante, que o movimento seja feito e que sigamos para outros cantos, ao encontro de novos calores e outras xícaras de café.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.