23/08/2011

O sermão de domingo

Domingo a missa foi do padre Renato. 84 anos dedicados à palavra. Uma benção de padre, porque de homem ele deve ter lá suas cascas grossas. Mas a missa que ele reza é especialmente confortadora, esclarecedora e generosa. Domingo, padre Renato falou sobre Nossa Senhora, comemorando a festa da Assunção de Maria ao céu. Ele explicou tanta coisa que eu não sabia, e que me fez mais ainda ficar de joelhos por essa mulher forte na carne e humilde na alma. A gente fala rotineiramente sobre o sofrimento de Nossa Senhora, mas tenho pra mim que a maioria de nós não parou pra entender como foi isso. Vivemos o sofrimento da Mãe soberana como rezamos a Ave Maria, numa correnteza de frases até o "agora e na hora de nossa morte amém". Padre Renato contou que a vida de Maria foi muito doída, uma provação atrás da outra, a começar por ser a Escolhida. Imaginem-se, mulheres que me lêem, que vcs recebessem hoje a incumbência de carregar no ventre o filho de alguém, que só vc sabe e crê. Fazer seu companheiro acreditar nisso e todos os demais. Depois ter seu filho e conviver com o enfrentamento dele com o que não é justo. Imaginem hoje, seu filho de 13 anos, confrontando o líder do Senado Brasileiro - pra não irmos tão longe... Fora isso, Maria viveu todo o tempo em total solidão. José, que ela amava tanto, que era seu companheirão nessa parada, morreu cedo, largou-a por aqui com a dor da perda e à frente das responsabilidades de viver sua cruz e a cruz de Jesus. Esse por sinal, danado que era, foi peregrinar e levar a palavra, as atitudes, as razões de mudança por aí e deixou Maria à espera aflita de toda a mãe. Pense: nosso filho vai a uma festa e já não vemos a hora dele voltar ... Depois, ainda só, Maria acompanhou a olhos nus a dor de Jesus. Seu julgamento, sua crucifixação. Estava ela ali, sozinha, porque na hora H os apóstolos deram de se pirulitar com medo do mesmo destino. Mas Maria era mãe, trocaria de lugar com seu filho na maior alegria para aquela dor. Depois, oba! boa nova - Jesus ressucitou e aí Maria o viu subir aos céus. Despediu-se novamente de seu querido filho, como fazemos na morte, vendo ele sumir ali diante dos seus olhos sem saber o que viria dali em diante. Disse adeus ao seu filho, sei lá por que vez... Padre Renato disse que ninguém sabe, que não há registros históricos de quanto tempo ainda Maria permaneceu viva, sozinha, cumprindo seu tempo terreno depois da ressureição de Jesus. Ficou aqui saudosa, dolorida, só, como nós ficamos ao perdermos alguém muito querido.

No dia de sua morte porém, Maria recebeu a graça de Ascender ao céu, em corpo e alma. Padre Renato ficou dizendo pra gente imaginar a alegria que ela teve ao reencontrar Jesus e saber que finalmente não estaria só.

O aprendizado é que a fé nos mantém frente a todas as dificuldades, só ela nos mantém. E devemos reconhecer que a vida é um exílio e nosso papel é aceitar o sofrimento com luta.
Eu tirei pra mim a seguinte mensagem, precisa de algo? peça a Nossa Senhora com fé, Ela sabe sua aflição porque viveu esse sentimento. Ela vai sempre te amparar.

Linda, querida, Mãe de Deus e minha. Maria, Nossa Senhora. Te amo. Amém.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.