28/12/2008

fim

Ela andava com saudade da caneta e do papel, aqueles que envelheciam em sua escrivaninha de carvalho desde a nova era. Este tempo em que precisara usar a tinta novamente fez com que ela visse o quanto gostava ainda da sua caligrafia. Por isso, e porque não conseguiria mais deixar de escrever suas sensações e desejos, resolveu de um único impulso que a partir daquele momento retornaria às páginas solitárias. Tinha necessidade de aquietar-se um pouco, apesar de desejar que um dia todos aqueles registros pudessem ser interessantes para outros. Mas isso não lhe importava agora, não seria capaz de assistir, quem sabe um dia sentiria de alguma dimensão o quanto valeu a pena. Então, na transparência de sua razão, despediu-se de si mesma naquela forma. O hábito porém lhe trazia um método, de que talvez brincaria um pouco a partir dali, e sob essa expectativa sorriu. Finalizou então o rito e seguiu pra si, que era a única que saberia ao certo os pesos e as medidas.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.