29/11/2010

A missa de domingo

Eu cresci indo à missa com Seu Pedro e Dona Ivani. À missa do domingo, das músicas escolhidas na semana, das pessoas que repetem uma oração sem sabê-la. Eu cresci ouvindo meus pais dizerem que não faz mal essa repetição, porque ouvir o bem já basta, e uma hora vai ser muito válido. Cresci também ensinada a não julgar a igreja, que erra, ué! porque é feita de homens, e homens fraquejam. E os padres são homens, apesar de muita gente achar que eles são sei lá o que. Cresci orientada a ter uma doutrina e ser fiel a ela, e portanto com o direito de ver e apontar erros mas com o dever de entregar acertos, então. E por conta disso até hoje, a missa é parte da minha rotina. Eu vou lá porque quero ouvir o bem, e me encontrar com as pessoas que estão a fim da mesma coisa. Aqui perto de casa descobrimos a Igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição, uma capelinha pequena, com uma comunidade do mesmo tamanho tão dedicada que dá gosto. A missa é alegre, cantada, pra cima. Os padres que rezam ali (vários, já que estamos alocados numa comunidade maior) são todos bacanas. Uns mais tradicionais que outros, alguns muito cultos, e muitos dedicados aos entraves mais duros da vida, mas sem exceção, todos devotos a Deus em primeiro lugar, é... porque tem padre que se coloca antes de Deus, como muitos de nós também. Eu e minha família, que agora eu levo comigo como Seu Pedro e Dona Ivani faziam, vamos todos os domingos rezar na missa das 10h30. Meus filhotes comem o pãozinho que o padre benze e meu coração fica contente. Eu olho do lado e vejo meu marido de joelhos, e agradeço por ter ele comigo. Na maioria dos domingos ainda to lá com a minha mãe, a Dona Ivani, que arrasta com ela a boa missa, a sabedoria de tantos anos, a fé. No domingo eu me sinto visitando a casa de Nossa Senhora, aquela linda, e eu fico assim assim com ela, entregando meus filhos à sua proteção e carinho. Também agradeço, peço a beça, e compartilho de boas energias pra todos os meus parentes e amigos. No domingo eu aprendo história (porque pra se entender a religião é preciso conhecer os contextos históricos), eu admiro cada vez mais Jesus que foi um cara muito corajoso e bocudo, e eu entendo os porquês, os sofrimentos e me convenço de merecer o que a vida tem de bom. No domingo eu rezo. De joelhos. E volto pra casa com meus passarinhos em baixo das asas, protegidos e abençoados, prontos pra uma semana melhor.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.