08/07/2010

Lembranças na mala

Fazia muito tempo desde a última vez que tinham se visto, o que era um encontro de todo dia, obrigatório, interrompera-se por anos. Vinte e tantos... A sensação era a mesma de ter deixado de fazer um caminho que sempre se fazia, e depois passar pela frente da casa. Agora ali, com aquela esteira de malas entre eles, os olhares eram curiosos. Será? Mas o cara tá careca, e ele era um galã com um topete que dava inveja na turma da oitava série toda. E se essa é a minha impressão, qual seria a dele? Eu podia ver o pensamento voando até os meus ouvidos: nossa como envelheceu aquela menina baixinha de cabelos encaracolados. Ui!... Ah, mas até que eu to conservada. Juro que recebo elogios quando falo dos meus 41, pessoal gentil, viu? Bom é verdade, cairam algumas coisas aqui, outras ali, mas olho no espelho e ainda encontro muita graça. Analisando bem , ele também não tá mal não. Até que aquela careca deu um certo charme, um quê de maturidade e pelas malas que tá puxando, escolheu bem sua profissão. ...E depois de olhares curiosos, um sorriso e um pequeno aceno. As malas chegaram e a gente foi até a entrada da Alfândega. Vc é.... sim, sou eu. E assim ficamos pelo menos uns 20 minutos dando risada, lembrando algumas pessoas, apresentando nossas famílias. Rever amigos, lembrar histórias, admirar o tempo que passou e estar feliz com ele. Careca e com algumas caídas, não importa. Bom demais isso.
Deu verde. Passamos os dois.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.