02/09/2009

Cansada de tanta informação e de correr atrás de mais um monte, ela sentou na janela e resolveu não ouvir, pelo menos um mesmo tipo e naquele dia, mais nada. Desligou o rádio, a TV, os fios conectores que invadem a vida de pé no peito. O telefone, enterrou lá fora num lugar que nem o vibrar pudesse ser percebido. Micros, macros, tudo encerrado e foi-se ela ter com outras boas dicas e deixas.

Parou pra ser informada das notícias vindas da terra, do cheiro, da luz. Do som dos passarinhos, dos bichinhos. O choro das crianças, os risos. O barulho da corda, do grilo. A moda de viola, o sossego. A informação dela pra ela mesma, que fazia tempo que não ouvia, preocupada em tanta informação de outros.

Um alívio de paz, misturado com medo de não ser mais parte de algo. Mas de que?
Ela também riu naquela hora, e percebeu que grande tolice representar. Que a vida muda, passa, evolui, mas que você é assim, mesmo que queira ser diferente. E isso não tem nova resposta, porque no final das contas, mesmo com tanta cordilheira em volta, a neve da tua cabeça é a única que gela ou embeleza a sua alma.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.