19/06/2014

um sonho de presente

Me vi ali, no meio de dois seres literários sem entender quando ganhei tal recompensa. Entre olhares e palavras ditas como poesia, remexia a cadeira para conseguir um pequeno esbarrão que fosse, um sentir a pele pelos tecidos escolhidos sem preocupação ou combinação. Adélia Prado e Mario Quintana, um do lado outro do outro. Uma mesa cheia, eram outras personalidades e eu. Queria dizer algo, mas emudeci, o som entendeu qual era o meu lugar, ouvia para deixar claro a honra e o privilégio, falei pelos olhos que em algum momento verteram lágrimas e tiraram sorrisos acolhedores. Não fotografei, não pedi recordação, não me importei com o parecer dos outros no futuro, fiquei ali aproveitando o presente. Quintana falou que as pessoas confundem a vida com labirintos construídos por vaidade e depois reclamam. Adélia pediu a Deus que os pensamentos nunca sejam mais fortes que a entrega. E vi nos dois o respeito. Quando levantamos não pude fazer diferente, ajoelhei agradecida numa reverência verdadeira. Levantei e entendi que em algum momento voltaria a vê-los com meus escritos. Acordei feliz.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.