22/07/2012

o Pescador

Enquanto eu estou aqui escrevendo, este que era um dos maiores gostos e talentos dele, está sendo, nesse momento, encerrado. Porque a vida é mesmo assim, a gente finda por aqui. Mas como disse Guimarães, "as pessoas não morrem, ficam encantadas". Eu acredito mesmo nisso. Por esta razão, quero prestar uma singela homenagem a uma pessoa que fez diferença na minha vida, talvez ele nem imaginasse o quanto, já que na época eu era uma criança, porém atenta, e mesmo que isso fosse diferente, papai e mamãe sempre fizeram questão de nos contar o exemplo das pessoas boas para que a gente além de sabê-las, aprendêssemos a imitá-las. Talvez ninguém saiba o que eu vou contar, mas um dia alguém saiu de sua casa interessado no problema alheio, e mais do que pediu por ajuda, fez por ajudar. Eu falo aqui do Adib, o tio Adib como aprendi a chamá-lo. Um homem culto, jornalista do tempo que essa profissão era nobre, de sobrenome Moisés Salomão - e que fez a teoria dos judeus cair por terra quando provou que o amor é maior que as raças, abrindo a mão e o coração num momento que nossa família muito precisou. Lembro vagamente das palavras, mas não esqueço a atitude que ele e a sua Caetana tiveram quando entraram em nossa casa levando comida. Nescau, biscoito, arroz, feijão, essas coisas, porque o papai passava por uma fase muito difícil financeiramente. Eu lembro da mamãe chorando, do papai agradecido com tanta generosidade e depois que eles sairam, do Flávio e eu indo olhar as caixas de mantimentos. Posso seguramente afirmar em nome de todos, que nós lá em casa, nunca, nunquinha vamos esquecer esses dias, porque foram mais de um. Dias que ajudaram o papai e a mamãe a recuperarem o fôlego, a despreocuparem-se com o básico para poderem ir atrás do restante. Dias que mudaram tudo. O instrumento de Deus em ação no tio Adib, que não deixou de oferecer dinheiro inclusive, mas que o papai preferiu não aceitar porque iria piorar ainda mais nossa situação. Não, não é fácil se desprender pelo outro. Uma agulha no palheiro um amigo que age assim. Muitos torcem, rezam, o que é também tão importante, mas a atitude, o exemplo é o que Jesus nos pede.

Hoje o tio Adib nos deixa. Eu não estive por lá, mas tenho ele no meu coração. Sei ainda que, certamente, o papai não deixou de esperá-lo de braços abertos no céu, e se eu bem conheço o Pedrão, com uma bela mesa posta, cheia de nescau, biscoito, arroz, feijão e tudo o que tem de mais gostoso nessa vida.

Tio Adib, você fez muita diferença na nossa vida. Muito obrigada!
Siga em paz e até um dia.
Um beijo da Cice.

01/07/2012

perguntas

..."Deixa-me ser o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo..." sábio Quintana! Que mania essa gente tem de querer saber os nossos quereres, ao invés de aproveitar os nossos fazeres. Eu tenho agonia de precisar responder tantas perguntas, de ficar sendo colocada à prova como se estivesse no colegial, de saia curta e meias brancas esperando o teste de aritmética. Não, eu não concordo com tantas defesas e justificativas, e saberes, e mais saberes, do que se quer, do que se espera, do que se deseja. Tantas certezas será pra que? ou pra quem? Eu quero viver! Em paz! Com saúde e bem. É só isso, senhores. E eu juro que nada do que eu não responda falte, porque eu vou de encontro ao mar, com perseverança, respeito e fé. Isso só, já é bem bastante.

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Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.