30/10/2008

corujinha



Coisa mais linda essa minha corujinha. Saudade porque ela mora em Sorocaba com a mamãe Lu e o papai Matheus. Mas olhem bem, vê se dá pra ficar longe desse tico-tico de um mês e meio de vida....

28/10/2008

pelo eu absoluto (inspirado no sarau da van)

Demorei muito tempo pra perceber na minha pele qual era a sensação mais difícil de ser ultrapassada. É que eu nunca fui lá uma pessoa muito fácil. Alterava meu humor a cada menção de ameaça, vivia perseguida de risos ou lágrimas e sempre tensa. A balança da minha espécie ora ia ora vinha, e com ela os meus amores e as minhas dores. Fui sempre de chorar alto e dar gargalhadas de ecos. Expus às escondidas meus medos e meus algozes. Tive ódio, inveja, paixão derradeira, amor que dói o peito. Pude levitar, voar pelas imagens, alcançar a sublime sensação de felicidade. Lembro dela e sinto gosto de pera doce na boca. Fiz discurso, calei e saí sem explicar. Fiquei envergonhada, nua, drasticamente paralisada. Atacava mamona pra acertar a cara dos outros. Chutei pedra, bati porta, dei no peito de alguns. Forte de doer, mas dor mesmo foram ditas. Soltei amargas, duras, bravas. Palavras também livres, ternas, românticas e solidárias. Enfrentei mundos e fundos por aquilo que tinha no dia e virei as costas depois. Esqueci e Lembrei. Vivi.

Agora me resta a espera. O saldo. Perdões e Desculpas. Não tenho nenhum nem outro, mas temo os dois. Compaixão pra quem viveu e assim foi.

desopilando

Adoro correr no frio, o vento que te corta o rosto, corta também o mal pela raíz.

27/10/2008

mãos ao alto

Detesto ser refém, mas quem não é? Há quem pense ficar imune a qualquer comando, só que essa sensação não passa de um segundo. Tenho ultimamente olhado tudo em volta, os olhos dos outros, um ir e vir preocupado com qualquer coisa. Será que tá certo, errado, saudável, doente? falo bem?, bonito?, vão gostar, odiar? e as calças? tão largas demais? curtas, no clima? assustam? Eu gosto mesmo? na moda? fazem parte do mundo dos "formadores de opinião"? Ah, essa é boa... os formadores de opinião. Quer coisa mais triste pra disparar reféns por aí? Fico tão de saco cheio de mim e dos outros por conta disso, que chego a pensar em sair de venda nos olhos, pra resistir bravamente não ficar vendida. Num momento ilustre de aptdão para refém, comprei revista famosa, procurando ali imune e neutra, olha que loucura. Aí, nem nada mas tudo do mundo bailavam por aquelas páginas escritas por formadores de opinião, que te informam do que sequer você saberá pra quê, e que final, se tem. Meramente te informam de coisas. Porque pra toda aquela informação de uns, ali simplesmente divulgada, os muitos vão no curso, e solução mesmo? Aliás, divulgar é fácil. Maldita hora que desisti da faculdade de jornalismo. Tem sim linhas que se salvam e te salvam. Mas no final da leitura caí na gargalhada, ri da minha própria cara e da cara de mais um milhão e meio de negos. Só que amanhã volto na banca, fazer o quê? Reféns uni-vos. Por fim descobri uma nova à beira dos 40 anos: saco cheio mesmo eu tenho de quem tem certeza que não é atingido, que dispara frases chiques, tiradas de notas de esclarecimentos e leva pela vida toda os outros no bico. Xô pra lá. Sai de mim, a vida dá o troco em alguma hora, e que cada um consiga rir da sua própria cara.

23/10/2008

gente boa

Gosto de ficar ouvindo coisa boa. Fico horas num bom papo, um tempão admirando quem respeita aquilo que tem que fazer. Meu maior gosto nem é o conteúdo dos assuntos, mas sim como eles vão chegando na boca das pessoas, o comportamento físico por conta disso, os passos que dão, o quanto perceberam antes quem estará ouvindo, a maneira de lidar com os imprevistos, o jeito de lidar com a informação, a inserção de quem não está sendo visto, mas também faz parte do jogo. Os meandros.
Oratória na minha simples visão é isso. Chegar aonde se quer pelo respeito. Tirar risos das pessoas durante a conversa com elas, e assobios depois.

Ontem assisti o Rodrigo Leão num evento. Fui lá pra isso nesse dia. Sabia que vinha coisa boa porque do jeito que ele é chato e crítico (pensa que ele passa gel de limpeza na mão pra pegar a bisnaguinha com requeijão no parque) nunca iria fazer alguma coisa qualquer nota. Depois o Rodrigo emana respeito pela inteligência. Lê, estuda, fuça, escreve, arrisca, opina, se expõe. E ainda por cima, sabe transformar tudo isso num bom discurso. Fórmula perfeita. Apesar do Sesc, que cá pra nós acho que foi jogada de mestre em início de palestra, o nego mandou bem. O Paulinho ajudou e muito na prosa, e com eles tivemos sem dúvida a melhor exposição do dia, vencendo no meu ponto de vista a maestria Almapiana e suas Havaianas que viraram bolsa (genial).

Bom, pra terminar digo aqui ao amigo Leão que hoje comprei minha Melissa, engasgada ha um tempão por causa dos meus 40 anos - Rodrigo, conta pro Paulinho que ele vai entender... E que gosto de saber que tenho com ele um relacionamento um pouco maior do que ouvinte de palestras. Valeu Nica e Gigi por essa situação.

Vai então um beijo especial e votos sinceros de bons ventos pra esse moço comprido, e pra toda a turma da Casa Darwin.

22/10/2008

ai, ai

Se suspira aliviado a noite na cama, e é bom que só essa sensação de encher o pulmão de ar e soltar os bichos depois. A gente se vê mais leve. Suspiro também vem sem que exista ar, às vezes na falta dele de tanto que a gente fala, quando pára, tá no mesmo alívio. Também é um pouco de suspirar encostar a cabeça num ombro doce. Amigo, amante, querido, distante, não importa muito tudo isso, importa que dá um alívio gostoso. Suspiro de raiva ou de alegria abre os poros e limpa o dia. Tem também o suspiro que engasga, assusta e depois aos pouquinhos vai dando espaço pro alívio. Esse vale menos, mas vale ainda. De verdade o suspiro é uma reação, uma necessidade que você tem por enxergar-se tão bem, mas ainda não saber de que jeito tira todos os proveitos. Bom, um dia depois do outro.

20/10/2008

santa paciência

Ontem na missa eu pedi o que certamente mais me falta: paciência. Só quero isso agora. Paciência Senhor, paciência. Sempre fui intolerante com muitas coisas, só que antes, até pela idade, não ligava muito pras grosserias que fazia, ao contrário queria é mais. Adorava ver que havia atingido o que queria, mesmo que isso não resolvesse nada. Só que agora mais madura, eu quero mesmo são as soluções, as respostas afirmativas. Sofro por isso, e dessa maneira não adianta esbravejar, chutar a porta, o melhor é silenciar. Rir por dentro enquanto os outros te vêem chorando por fora. Juro que me exercito. Dia-a-dia eu percebo minhas escorregadas, e sei que isso já é um grande passo. Só que é duro porque não há ajuda, é você por você mesmo. Parece que há cócegas no mundo pra te provocar a perder o passo. Há de se ter um autocontrole budista. Ô Deus, tô longe ainda, tô longe, mas juro que vou até lá.

15/10/2008

luis, teu nome é gentileza

O Luis é o motorista aqui da garagem da eii!, ele manobra os carros e nos recebe todo dia pela manhã, ou tarde, ou noite, não importa. Tá sempre com um sorriso no rosto e atento. Antes de abrir a porta pra gente descer, assim que ele vê o carro apontar na rampa vai lá e chama o elevador, desse jeito quando você sair não precisa esperar pra ir pro seu andar. O Luis pergunta todos os dias se meus filhos, e o César estão bem, comenta que o carro precisa lavar e cuida disso pra gente. Informa se está trânsito, se é melhor esperar um pouco ainda pra ir embora. Fica contente quando vê que foi possível sair mais cedo e ir curtir em casa antes dos horários costumeiros. Reconforta a gente se, ao contrário, já tá bem tarde. Ele assimila os carros, as placas, se liga nos detalhes pra não perguntar o que já sabe a resposta. Facilita, não complica nunca. É pequenininho e fala sempre da sua esposa, uma baiana que deve cozinhar um bocado, mas fala somente se você der brecha. Como é bom saber a hora das coisas. Um dia o Luis foi embora, decidiu que iria ficar só com um outro trabalho de manobrista que tem à noite depois que sai daqui, e a gente, ou pelo menos eu, ficamos órfãos de gentileza. Ai que triste. Só que pra nossa sorte, há duas semanas o Luis voltou. Foram buscar ele. Me vi tão feliz na hora que olhei o Luis na garagem, e ele continuava igualzinho, parecia que nem tinha ficado ausente. E nem pensem num Luis humilde, coitado... o Luis é estiloso e firme. Só sei que tá ele aqui de novo, trouxeram ele de volta porque uma coisa é clara, o mundo tá carente de gentileza, e quem tem uma por perto, não deixa escapar. Então, segurem seus luises e permitam também que eles venham à tona. Certamente vai ser muito melhor assim.

13/10/2008

com costura

Saia rodada, de baixo do joelho. A barra era bem feita, nada de pé de galinha ou pontinhos aparecendo. Ela fazia concentrada as cianinhas pela volta toda. Costurando deixava-se levar pelos pensamentos, igual pescar, que não adianta querer pensar em outra coisa. E lá no vai e vem da fininha agulha que resistia ao brim, ela passeava por jardins enormes, por castelos e por vilas. Gostava das coisas imensas, mas as vilas tinham charme então podiam entrar ali. Cada curva da cianinha verde era um lugar diferente, e ela andava de charrete, corria pelas praias, é tinham praias também. Faltava um grande amor, um homem com a beleza máscula que importa. O rosto? não vinha, não vinha de jeito nenhum. Então ela picava o dedo, que raiva que tinha. Tava tudo tranquilo com as paisagens até ele entrar, ou melhor, não entrar na história. Aí ela olhava a saia que começava a ficar torta. Puxava a linha e voltava um bom pedaço, se desconcentrava pra se concentrar de novo e nem conhecia Yoga. De novo a barra, de novos os lugares mágicos e quietinha ela torcia pra pensar no seu amor mais tarde, porque a encomenda tinha que ficar pronta até às seis horas, e sua reputação não podia ser riscada, já que era a costureira mais caprichosa dos sete quarteirões que conhecia.
Pronto, final de saia, final do carretel das cianinhas, nada do grande amor mas o começo de mais uma esperança, afinal haviam mais três encomendas.

10/10/2008

som dos tempos

Que barulheira! era uma bateção durante todo o dia. O povo que andava apressado nem percebia, mas ele que montara sua tenda ali ao lado, escutava todas as marteladas, e elas eram malvadas, não tinham dó não, estremeciam as linhas da caderneta que ele anotava quem ia pagar depois. Engraçado isso, tanta gente bonita, bem aprumada e sem dinheiro? Ele tava sempre com uns trocados. Sempre. Afinal de contas, era o trem, o suco de laranja e o livro coquetel, que era seu único vicio. Um dia até fez troco para o homem da lotérica, dá pra crer? Mas o barulhão começou a atormentar os fregueses porque ele andava se atormentando, e aí pimba. Se você tá atormentado atormenta os outros mesmo. E porque não mudava de lugar?... boa idéia, mas e o povo que sabia que dia sim outro também, era lá que ele tava? Ela tava antes dessa barulhada toda, ele tava lá faz tanto tempo... não! ele queria crescer, e queria que tudo crescesse também, mas desse jeito as coisas em volta estavem ficando maiores e ele começava a diminuir. Injusto. Mas??? o jeito é comprar um daqueles tampões de orelha. Ouvido ou orelha? ah sei lá... mas o amigo que vendia tinha ido ha um tempo já. Diminuiram ele bem antes, e talvez ele nem esteja dormindo mais com um barulho desses...

09/10/2008

para o meu amor passar

Gente boa. Luz. Paz e despreendimento. É bom encontrar gente assim. Aqui na eii! a gente dá uma sorte danada. Agora, pra um trabalho que vamos fazer, cruzamos com pedrinhas de brilhantes, almas leves, e estamos tropecendo em energia boa. Vai uma dica: Se você está urucado passa por aqui e vem buscar um bocado de aura lilás.

08/10/2008

chocolate com pimenta

Meu dia começou meio frio. Frio de friaca mesmo, e também porque eu tava sonsa, mas aí cheguei na agência e tudo mudou, deu uma esquentada das boas. Ainda bem.

07/10/2008

das frutas

Morder as frutas tem mais do que o gosto delas, tem a dentada molhada que faz escorrer pelo lado um caldo bom, pelos dedos também. Ah, comprei caju outro dia e deu suco, deu doce, deu castanha. Manga é sobretudo uma gostosura aveludada. Aquela que se solta em pedaços e não desfia. Tangerina dá água na boca, umas gordinhas, suculentas e doces como o melaço. Amora por aqui tem aos montes, tingem de sabor vermelho a nossa vida. E agora chegou a vez das jabuticabas. Pés lotados, pretinhos...e eu feliz.

06/10/2008

das flores

Ah e como é bom esse cheiro pela casa. Sobe uma alegria quando chega a primavera porque as flores de laranjeira são muito generosas. Perfume que tem gosto. Você sente na língua já quando tá chegando, bem lá de longe. Perfume que guia. Você fecha os olhos e flutua até a porta que é bem do lado da árvore.

Uhmm, que cheiro gostoso.

01/10/2008

a saga do Unibanco

Descobri onde concentram-se as pessoas rola bosta mais bem treinadas do universo. Estão absolutamente todas no Unibanco. Em qualquer agência, em qualquer serviço (daqueles que os gerentes te empurram pra bater metas) em qualquer cargo, em qualquer circustância.

O slogan nem parece banco é muito adequado, aliás aquilo não parece nada.

Faz um saco de tempo que tô tentando me livrar deles e não consigo, senhores é verdade, eu não consigo!! Já tô no estágio do cara que se vestiu de palhaço e fez um blog pra FIAT - do fui iludido agora é tarde, aliás taí uma boa ideiia, vou ver se acho ele e contrato pra irmos juntos até qualquer lugar berrar que o Unibanco além das maiores taxas do mercado ainda é um banco de merda, de gente de merda, de tudo de merda.

Venho escutando pelas manhãs todo dia no carro a CBN, e nos breaks o tal do Carlos Ximenes de Mello, que deve ser diretor superintendente professor assessor treinador boxeador vereador e enrolador da área de cartões de crédito por lá, dá dicas de como usar melhor seu cartão de crédito, como é que é mesmo??? cartão de crédito use-o ao seu favor... é é isso. Minha vontade é de cuspir no rádio, ô ódio desse povinho que eu tô.

Meu ódio nem é mais pelo problema que eles estão me causando há tempos com suas faltas de profissionalismo e treinamento correto de equipe e pessoas, mas da necessidade de eu ter que me relacionar com isso. Tenho nojo. Coceira quando falo com qq um por lá, vale em todos os lugares, no telemarketing então a coceira vira escarlatina.

Vê se dá pra vocês? Há um problema, você não consegue resolver com ninguém, cada um fala uma coisa. Você tá certa, os filhos da puta são como telefone sem fio, vc não tem pra onde correr, fala com aqueles malditos que se escondem atrás de suas plaquinhas de nome e cargo em cima das mesas, eles se acham demais. Você tem vontade de chorar. Passa um tempão, continua tudo na mesma. Os caras prometem de novo tudo que já prometeram ha pelo menos um ano, não cumprem. Você tem vontade de rir. E a bosta rola....

Então apelo aos céus.
Ai Deus, ai Senhor amado, livrai-me desse cálice de urina. Manda esses caras arderem no fogo do inferno, mas não deixa sobrar nenhum tá? Nem os seguranças com cara de cu que ficam naquelas portas achando que são do FBI.

Socooorrrroooooo!

guardadinho

eu sou

Minha foto
Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.