31/01/2008

desatadora de nós

Enrolou? Chame a Ana. Comigo é assim, se tô com a calha cheia de folha, a correntinha de ouro emaranhada na de bijoux ou em dúvida sobre que escola matriculo meus filhos, ligo pra Nica, vou lá e pronto, saio com a receita. É engraçado como as coisas que eu tenho dificuldade em desvendar da minha vida, a bicho Ni saca do coldre com a maior facilidade. Meu, que bom.

Nica, te devo mais uma.

21/01/2008

calcanhar de aquiles

Quero entender agora, e o quanto antes, porque que eu empaco com o lugar que vou morar. Resolvo tudo na vida, até chuveiro acho que conserto se precisar, mas em se tratando de decidir a moradia, vixe, parece que sou uma ameba, e acho mesmo que sou... que saco!!!

Devia estar acostumada, afinal já mudei 7 vezes...que saco!!!
Dessa vez achei um lugar bacana mas um sopro e eu fico em dúvida... que saco!!!

Quero ajuda.
Fico onde estou, vou pra onde achei, espero e não sei?

Help, alguém me dê um sinal......
que saco!!!

18/01/2008

assim assado

Às vezes era assim, às vezes era assado, ela vivia e aprendia que a terra que gira levava com ela o que estava certo e também o que estava errado. Então, depois que receava, sentia que tinha sempre um equilíbrio. Como a maresia no barco que basta acostumar pra nem mais sentir.

E depois que isso acontecia, ela dormia.

Dormia porque amanhã, naquele outro dia, lá vinha a terra e lá vinha o gira.
O que dessa vez seria? viria primeiro o dia que brilha, ou o noturno, o breu ou o aclarar?
Pouco importava nessa altura se era assim ou outrossim. O que importava era se era assado, cheiroso, suculento. Porque na roda e na dança, tudo balançava mas não caía.

Dessa conta passavam-se os dias, as idas e as vindas. E o receio esvaía.

Só o que não passava mais era a alegria. Ela até tentava, porque sabia que boa parte das lágrimas atraía. Mas agora, depois que descobrira, não tinha mais a mesma guia. No frio, tinha o aceite, porque simples, nem tudo na vida é deleite.

E o que restava certamente é que às vezes era assim e às vezes era assado. E quanto mais isso entendia, mais sobrava ainda a euforia de entender o que vivia.

16/01/2008

She Ha - eu tenho a força

Amanhã (ou hoje, né?) tenho tanta coisa pra fazer, mas tanta coisa... só que tô tão feliz por que as coisas estão acontecendo, que tenho dormido 6 horas por noite em média, mas acordo como se tivesse estado num spa. Putz, que pique! Nem eu mesma sabia que eu tinha esse gás todo. Mas desconfiava...

15/01/2008

fim da linha

E no dia do ano novo eu me dei conta que minha vó, dona Conceição, Concheta em italiano e na versão original de fábrica, chega ao fim da sua vida. 96 anos. Ela tá muito fraquinha, magrinha, curvada, leve com uma folhinha ali naquela cama que ficou gigante, a voz sai que nem um fio, mas o que mostra mesmo que falta bempouquinho, é o olhar. Fundo, fora de forma, já meio desfigurado pelo tempo.

Dona Téta foi e ainda é uma mulher difícil apesar da fragilidade do momento. Daquelas de dar inveja nas bruxas dos contos de fada. Uma mãe de filha única que sempre negou essa condição. Ciumenta, amargurada, capaz de palavras cheias de fel e dor. Rude a ponto de internar a filha numa escola e privá-la da vida, da bicicleta, das brincadeira de infância por puro egoísmo. De amaldiçoar as conquistas, os sonhos, as pessoas mais queridas só para vê-la chorar. De remar com unhas e dentes contra. E continuou assim até agora há pouco, bem pouco. Não foi fácil.

Viveu cercada e cercando os passos de todos como um auditora prestes a entregar os erros. Sem dó. Articulou momentos delicados expondo uns contra os outros e dissimulando sua consciência.

Hoje eu paro e penso em tudo isso, mas não consigo ter rancor, ao contrário. Parte porque ela tá tão frágil nesse momento que até o maior dos ódios dobraria-se ao perdão, e grande razão porque a pessoa a quem ela mais judiou perdoou ela já faz muito tempo. E sozinha.

Tenho na memória também coisas bem boas. Da criação que recebi praticamente em conjunto dela, me lembro bem dos sustos fingidos atrás dos muros, que ela tomava na levada do espírito amoroso do seu Lauro. Do dia que ganhei o jipe amarelo, a Lalá e o Lulu. Das cantigas de roda em italiano que ela me ensinou, das danças no quintal mexendo as mãos, de ir e vir da bivó sempre junto na rua Antonio de Barros.

Escrevendo agora posso sentir o gosto e o cheiro das alcachofras imbatíveis que ela fazia, das viagens ao interior onde era a única vez que ela vestia calças compridas. Vejo ela colocando o relógio de ouro e a corrente de crucifixo que acompanhavam nossa viagem com a bolsinha preta de bolinha em cima, de metal, daquelas que fazem click, com o dinheiro dos pirulitos que comprávamos no caminho pelos postos afora. Com ela e o vovô aprendi a rezar o terço, a Salve Rainha, todos os dias sem preguiça, a pedir a benção de mãos postas. É herança dela o meu medo de barata e muitas risadas que demos por conta disso. Com ela me encanteicom os filmes de dragões e princesas que passavam à tarde e até hoje carrego minha imaginação por conta desse impulso. Recentemente vejo também meus filhos velados pelas suas orações e gosto deles terem conhecido sua bisavó.

É.. a Dona Concheta também faz coisas bacanas, apesar de tudo. A melhor delas foi ter casado com meu avô e ter tido a minha mãe. Ninguém tão ruim assim mereceria duas grandes almas em sua vida. Por isso acredito nos motivos.

Minha avó foi assim. Dura. Rancorosa. Chata. Mas foi a avó que eu escolhi. Com ela e por ela, aprendi mesmo que a gente cumpre momentos na vida, etapas. Que o universo é atemporal e a alma precisa de resignação, de resgates e entendimentos.

Na linha da vovó vem uma série de seres em evolução a partir dela. Eu inclusive. Então, agradeço agora a oportunidade de uma vida de muitas privações, elas tinham que existir. E peço um final feliz. Um happy end, como nos filmes e novelas. Bem no último capítulo, e talvez até no último instante, como foi com o bivô - seu pai.

O que importa é que ela viveu sua história e agora deve terminar esse texto em paz, e em breve.

Enquanto espero dou pra ela um carinho sem exagero porque tô também em paz, na verdade dou o mesmo carinho que sempre dei, falando as coisas que quis na hora que quis, mas não deixando de ir lá na casa dela toda vez que eu chego na mamãe pra lhe dar um beijo na testa. E rezo, rezo muito pra que ela não sofra o que não precisa, porque a vida já perdoou. Que ela vá na hora que tiver que ir, sem dor.

É vó, a vida fez com que a senhora se curvasse fisicamente já que foi, ou ainda é, tão difícil curvar-se espiritualmente. Mas Deus é tão bom que mesmo quando a gente decide disputar a sorte de viver, mas no fundo nossas sementes são boas, Ele nos dá a grande oportunidade de recebermos a graça através do martírio do corpo. Só que essa oportunidade não é imposta, pode soltá-la no vento que Ele leva pra longe e perdoa tudo igualmente.

Confie! não é preciso sofrer nada agora. Tá tudo certo.
Dessa forma, certamente, a senhora vai alcançar o descanso.

Fique bem e com Deus.
Um beijo, Cice.

13/01/2008

mantra

Conexão com a realização:

Luzes que surgem no asfalto
Rompam as trilhas do Vento
Mostrem para mim os caminhos
Que eu procuro já faz muito tempo

09/01/2008

tomada 220 w

Tô na maior correria, o ano começou com tudo! É bom mas cansa... vou mudar de casa, as crianças de escola, os negócios estão aquecidos. Tá tudo bem e a adrenalina é forte. Isso dá uma necessidade de recarga todo fim de dia e também de noite (são 21h30 e eu ainda tô na agência), igual celular que apita no final da bateria. Então vou pra casa agora que os picutas estão me esperando. Plugo meu coração no deles e a carga sobe. Amanhã tô nova em folha, com o sinal lá em cima.

05/01/2008

5 de janeiro de 2008 - Dia de Manuela

às 12h15 - sms de Tintin para Cice: Ana em trabalho de parto! Manu vai nascer hoje! Bj Tin.
às 12h43 - sms de Cice para Tintin: Tin, que tudo seja em paz. Bem vinda Manu! Amor, Cice.
às 13h14 - sms de Tintin para Cice: Nasceu Manu! 13h14h 49 cm 3400 g.
às 15h24 - sms de Cice para Tintin: Eba!!!! que rápido. Amém. Que ela esteja coberta de bençãos, hoje e sempre.

Que o céu que se alegra hoje ilumine e acompanhe sempre o caminho da pequena Manuela, dos seus pais Tin e Ana, da sua irmã Lolô e de toda a sua família.
Vem Manu, vem juntar-se a nós e também nos ensinar a viver.

Manuzinha

De um pequeno botão nasce toda nossa alegria
encantada poesia, agora Manuela brilha.

Cercada de benção e amor,
essa formosa flor
enche ainda mais
a nossa história de amor.

Esperada com carinho,
acolhida com beijinho.
Já vem a sorte bater
com sua irmã a lhe receber

Eu por aqui rezo alegre.
Divina benção que segue.

Uma nova vida, a mais,
ao lado de seus lindos pais.

Vem Manu, vem sem medo,
abraça o teu mundo em segredo.
Solta o ar com a gente.
Corre livre e pra sempre.

Que o vento lhe saude agora.
Lhe traga a boa aurora.
E que no dia que passa,
aumente cada tanto a sua graça.

E que você siga feliz
Toda sua diretriz.

Te amamos.
Cice, César, Bia, Pedro e Julia.

02/01/2008

semibreve

E como a vida insistia em correr, ela decidiu sozinha andar apenas e bem devagar.

Olhar as sombras nos muros que discutiam porque todo mundo andava tão rápido, olhar as nuvens ainda desenhando suas formas buscando entender porque todo mundo só olhava pra cima quando chovia buscando proteção, olhar o movimento das asas da borboleta que em cada sobe e desce se perguntava porque todo mundo desperdiçava o cheiro da flor, olhar o vento ir bater nas folhas enquanto pensava porque todo mundo só se entendia no momento do vendaval, olhar o crescer da água antes que a onda quebrasse que se perguntava porque no mar todo mundo não reza mais.

Nessa camera lenta que ela mesma regulara tudo ficou mais intenso e belo. Até o feio aparecia aos poucos sem assustar.

Pois foi aí que ela se perguntou porque será que todo mundo não descobre a mágica de ser mais moroso, de sentir mais as palmas, de ouvir mais os músicos afinando as cordas, de exercitar a garganta antes do canto, de esperar o filme terminar na tela.

E mesmo assim, sem resposta, ela decidiu continuar.
Enquanto todos corriam ela e suas imagens simplesmente viviam.

01/01/2008

pede e receberás

Dia 31 às 22h30 o Flávio chegou deixando todos nós muito felizes. Dia 31 às 24h00 tava todo mundo junto!

guardadinho

eu sou

Minha foto
Gosto de boniteza, de arrumação, da moda dos anos 30. De margaridas e pérolas verdadeiras. Gosto da noite, de gente dando risada, do colorido de um prato de feijoada. Gosto de sair e de mudar, gosto de família, de amigos e com eles estar. Gosto de dança e de criança, e gosto muito, muito do mar.